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Vamos falar sobre a Personalidade Humana?

Vamos falar sobre a Personalidade Humana?
Jefferson Felipe A Jesus
Apr. 29 - 5 min read
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Contexto histórico.

 


No contexto da Psicologia, a personalidade ganhou campo e força de estudo de modo estruturado na década de 1930 através de sondagens de Gordon Allport, o mesmo publicou um livro chamado Personality: a psychological interpretation (Allport, 1937)  oficializando então o início de seus estudos.
Segundo Allport a personalidade é definida como “uma organização dinâmica, dentro do indivíduo, dos sistemas psicofísicos, que determinam seu ajuste único ao ambiente”. Allport queria dar uma definição espiritual única e comum a todas as culturas para personalidade, o que chama atenção é que Allport buscou em diversos livros as mais variadas definições de personalidade nas mais variadas culturas para incrementar seus estudos.

Em continuidade aos estudos, surge Cattell, que tinha o interesse em associar estudos da Psicologia a técnicas estatísticas (psicometria).
Cattell baseou suas pesquisas na área da personalidade no estudo dos traços, sendo que seus trabalhos representam uma importante tentativa de organização dos achados teóricos sobre o assunto a fim de tornar a teoria algo praticável . Deste modo Cattel define os 16 Fatores de personalidade com base é claro nos estudos de Allport, logo é desenvolvido a 16-FP com 164 itens contendo perguntas de concordo e discordo e que tinha como objetivo analisar os seguintes traços da personalidade: Afabilidade ,Raciocínio, Estabilidade, Dominância, Animação, Atenção às normas, Atrevimento, Sensibilidade, Vigilância, Abstração, Privacidade, Apreensão, Abertura à mudança, Autossuficiência, Perfeccionismo e tensão.
Para Cattell (1965), a personalidade é um conjunto de traços que predispõe o indivíduo a agir de determinada forma, nas mais diversas situações. Essas definições são semelhantes às de Allport onde Cattell define o traço de personalidade como uma estrutura mental, ou melhor, como uma inferência feita com base no comportamento observado para explicar a repetição ou a consistência de tal comportamento (Hall et al., 2000).

Com base nos modelos dos traços, apresentados por Allport, Cattell e outros teóricos, e como tentativa de organizar os traços em várias dimensões da personalidade, surgiu o modelo dos “cinco grande fatores” (CGF), caracterizado por cinco dimensões amplas da personalidade, as quais se referem a um modelo que pode ser aplicado a indivíduos provenientes de qualquer cultura (McCrae & Costa Junior, 1997). Trata-se de uma das principais propostas para compreensão da personalidade.
Ainda nesse sentido foi dado uma outra definição de personalidade para embasar a teoria dos grandes 5 fatores por McAdams e Pals (2006), que é a “variação única do indivíduo nos moldes evolutivos gerais para a natureza humana, expresso como um padrão de desenvolvimento de traços disposicionais, adaptações características e narrativas de vida auto definidoras complexas e diferencialmente situadas no contexto cultural e social

O modelo Big Five é um dos modelos mais importantes, senão o mais importante, para a explicação da personalidade humana (Costa & McCrae, 1992) apresentando 5 grandes traços que são:  Abertura para a experiência, Conscienciosidade, Extroversão, Neuroticismo ou Instabilidade Emocional e Amabilidade.


Irei detalhar com mais detalhes o traço: Neuroticismo.

• Pessoas com altos níveis de Neuroticismo tendem a vivenciar de forma mais intensa sofrimento psicológico, instabilidade emocional e vulnerabilidade, além de relatarem ter experiências intensas de eventos negativos, dando pouca ênfase aos aspectos positivos dos fatos. Altos níveis estão associados à ocorrência de sintomas de depressão e ansiedade, e pesquisas têm mostrado a utilidade de instrumentos que avaliam esse fator para a identificação de indivíduos com maior propensão a desenvolver esses quadros.
• Tendência a interpretar estímulos ambíguos de forma negativa ou ameaçadora e, por isso, normalmente veem ameaças, problemas ou crises onde não existem objetivamente.

Escala Fatorial de Neuroticismo define alguns parâmetros para análise desse traço descrito abaixo:
N1 - Vulnerabilidade: Medida que descreve o medo de críticas, insegurança, dependência de pessoas próximas, baixa auto-estima e dificuldade de tomar decisões.
N2 - Desajustamento psicossocial: Medida que descreve tendência a comportamentos sexuais de risco, consumo exagerado de álcool ou outras drogas, hostilidade com pessoas ou animais, necessidade recorrente de chamar atenção, tendência a manipular outras pessoas e descaso com normas sociais.
N3 - Ansiedade: Medida que descreve sintomas somáticos relacionados a transtornos de ansiedade (suor, taquicardia, gastrite...), irritabilidade, transtornos do sono, impulsividade, sintomas de pânico e mudanças de humor.
N4 - Depressão: Medida relacionada a de escalas de depressão, desesperança e suicídio. Descreve pessimismo, sentimentos de solidão, falta de objetivos na vida e falta de prazer em geral.

IMPORTANTE: ESSE TEXTO É MERAMENTE EXPLICATIVO E NÃO DEVE SER USADO COMO DIAGNOTISCO DE PATOLOGIAS OU TRANSTORNOS PSICOLÓGICO. 

Fonte: 
http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/17963/material/Bateria%20Fatorial%20de%20Personalidade%20(BFP).pdf

https://www.scielo.br/pdf/prc/v25n3/v25n3a04.pdf

https://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0197.pdf

Allport, G. W. (1937). Personality: a psychological interpretation. New York: Holt.

Ayache, D. C. G. & Costa, I. P. (2005). Alterações da personalidade no lúpus eritematoso sistêmico. Revista Brasileira de Reumatologia, 45(5), 313-318. Recuperado a partir de http://dx.doi.org/10.1590/S0482- 50042005000500006

 


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