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Diário do Estagiário #4 - Meu intercâmbio ao Canadá - parte 3

Diário do Estagiário #4 - Meu intercâmbio ao Canadá - parte 3
Carlos Hung
Sep. 12 - 8 min read
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Breve recapitulação da série até agora:

 


 

Nova casa, nova vida

Então depois de um dia de aulas introdutórias na escola internacional, voltei para casa, mas acabei perdendo o ponto que deveria ter descido.

E não tinha ideia de onde eu estava, felizmente tinha alguém ali na parada, pedi ajuda a moça e ela foi super atenciosa e entendeu a situação e me emprestou o celular para ligar a minha host family.

Eles falaram para eu aguardar lá que iriam me buscar e tudo mais, mas depois que conversei com eles a moça entendendo melhor chegou a me explicar qual ponto parar ao voltar e acabei voltando sozinho de ônibus mesmo.

(Lembram-se que eu não precisava pagar cada tarifa? Então sempre muito útil nessas situações huahauhuaua)

Como 2011 era uma época muito diferente da atualidade nessa questão de comunicação (para mim), eu nem tinha celular e acabei não percebendo a necessidade de ligar de novo para a host family, então eles ficaram mais uma vez surpresos que apareci lá pouco tempo depois da ligação huahuahuauh.

 

Algo muito legal de morar em uma casa que costuma receber intercambistas foi a troca de experiências que tive com os demais intercambistas durante as refeições, aprendendo um pouco mais da cultura de cada um e suas histórias ^^.

Nós tínhamos total liberdade para andar pela casa, preparar nossas refeições e tudo mais mas também tínhamos responsabilidades para com os nossos "pais" e ajudávamos na limpeza e organização.

É muito legal essa questão de poder morar com uma host family porque proporciona a experiência de viver em uma família de cultura totalmente diferente da que você está acostumada, com relações e costumes diferentes.

Por exemplo, ao invés de uma pessoa só ficar responsável por lavar todas as louças da refeição por dia como era em minha casa, cada um lavava sua própria louça, enxugava e guardava.

As refeições eram feitas naquela clássica mesa redonda na cozinha em que podíamos conversar e compartilhar momentos do nosso dia, além de histórias de nossas vidas, era um ambiente muito receptivo.

 


 

Onde estou?

Pra finalizar as minhas aventuras (desventuras) no Canadá, gostaria de compartilhar duas histórias:

A primeira delas sendo a do dia em que me perdi ao ir ao Granville Marketplace, que é análogo com o Mercadão de São Paulo.

Antes disso, vou explicar como eu estava chegando nos lugares - já que não é a época de Google Maps ou do Waze - eu estava utilizando um mapa turístico da cidade mesmo.

Bem raíz huahauhaua, mas também ia perguntando para as pessoas no meio da rua para entender onde estava e como chegar nos lugares ou antes de sair de casa para meus "pais".

 

(Imagem meramente ilustrativa mas muito parecido com o mapa que utilizei)

 

Essa questão de ajudar pessoas perdidas era bem legal em Vancouver e trago não como uma diferença com o que vejo em SP, mas sim como uma similaridade.

Imagine só um gringo perdido na Paulista, sem saber para onde ir e ele te pergunta direções ou recomendações, você o ignora ou o ajuda?

(Espero que você respondeu que ajudaria huahuahuaua)

Então é nesse sentido de algo que é bem bacana em ambas as culturas, a solicitude com os estrangeiros.

 

Mas voltando ao foco, eu me perdi devido a um engano, pois como o nome do Marketplace era Granville, imaginei que era na Rua Granville né, só que na verdade ele fica em uma "ilha" interligada a cidade - Granville Island.

Então quando cheguei na rua claramente me deparei com um cenário que não esperava ao descer do ônibus, então ao perguntar a uma pessoa na rua, ela me explicou essa diferença e qual ônibus eu deveria pegar.

Inclusive depois do ônibus, peguei um tipo de barca, que era bem diferente das barcas que havia utilizado no Brasil, as nossas são mais próximas de um barco grande com alguns assentos para os passageiros e com foco em transportar grandes cargas (pelo menos as que utilizei).

Já as de lá, eram barcas somente para passageiros, então todo o design e estrutura era totalmente diferente, parecia um "metrô" sobre a água até, por assim dizer. (Fun fact: é chamado de water bus - ônibus para água ^^)

 


 

Os perigos do Ski e diversão na neve

A segunda experiência que queria trazer é a questão da neve e skiar.

Voltando um pouco, não havia mencionado, mas desde o 3º ou 4º dia que estava lá começou a nevar, todo dia ao ir para a aula eu brincava com a neve que havia se depositado sobre as ruas que restavam.

Era interessante que sobre as calçadas e ruas eles colavam sal grosso para acelerar o processo de derretimento da neve para não atrapalhar o trânsito (de pedestres e carros).

 

Se você for skiar, peça ajuda de alguém que saiba, é MUITO DIFÍCIL, digo isso porque cai umas 300 vezes só para descer uma montanha.

Calma lá, pulei algumas etapas.

Um final de semana me desloquei para uma estação de ski (mas fui sozinho), aluguei um par para eu utilizar e tinha trazido apenas o essencial.

Mas não tinha dinheiro suficiente para participar da aula de ski que tinha com um instrutor, então fui na cara e na coragem.

Aprendi a colocar sozinho os trambolhos (eram quase da minha altura huauhhahua), e me joguei na neve.

 

De cara ao sair da sala que guardamos nossos pertences caí no chão, o mais difícil nem era cair, mas sim levantar.

Eu tinha que fazer todo o processo de desconectar a bota do ski - muito parecida com a de patins - e tentar me erguer do chão.

Em uma das vezes que cai foi logo no caminho que um alisador de neve estava passando, o cara teve de parar e me ajudar a levantar para poder prosseguir huauahuhahu.

 

Não satisfeito com apenas as minhas quedas, me direcionei para onde via famílias indo.

Era uma das descidas que foram utilizadas nas Olimpíadas de Inverno em Vancouver. Já sabe né?

Não consegui dar meia volta, ainda mais por causa do declínio leve, então só me restava descer a montanha.

 

Toda vez que pegava velocidade eu me forçava a cair no chão para parar porque ali no final da descida tinha uma cerca e a fila de pessoas esperando o banquinho que nos trás de volta.

Querendo evitar um acidente internacional só vi essa opção, então com o dobro da dificuldade para se levantar segui essa rota.

O bom foi que sobrevivi, minha calça jeans estava molhada? Estava, mas nada quebrado nem ninguém ferido.

 


 

Então, extraindo dessas experiências, foram situações que me fizeram enxergar que:

  • Tudo bem pedir ajuda - não sabemos tudo no mundo e nem precisamos, quando necessário erga a mão e peça a ajuda de alguém
  • Autonomia - desenvolva-a e tenha em mente que essa liberdade vem de mãos dadas com responsabilidade

 

Fico por aqui então essa semana pessoal!

Espero que tenham curtido essa mini-série sobre minhas desventuras no Canadá!

Me contem aí o que mais gostaram e se querem que eu aborde algum tema na semana que vem ^^!

Abraços, até a próxima semana!


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