Que estudar é a única coisa da qual não podemos nos arrepender a gente já está cansado de saber. Através dos estudos conhecemos a maneira mais assertiva de construir-nos para enfrentar a vida: com a mente aberta.
Mas quando o ato de estudar se torna palco para ansiedade, ciclos de cobrança e auto sabotagem precisamos urgentemente analisar a motivação e o contexto em que esse estudante está inserido.
É por esse motivo que nesse artigo trago uma reflexão a respeito da "máquina de estudos" que muitos alunos tentam se tornar, estudando em todos os momentos possíveis e estipulando metas inalcançáveis.
Antes de iniciar quero dizer que o ponto principal deste artigo não é incentivar você a largar os estudos, isso está fora de questão.
O foco aqui é trazer consciência de que a frequência excessiva de tempo investida nos estudos pode trazer o resultado inverso, além de acarretar em problemas como estresse, nervosismo, insônia e insegurança.
Todos esses fatores irão te desmotivar e trazer uma sensação de impotência na vida acadêmica, além de poder acarretar em problemas emocionais mais sérios.
Agora vou trazer uma reflexão a respeito da sua rotina de estudos, e a partir da autoanálise você possa identificar se está chegando na zona perigosa.
O problema da "hiperprodutividade"
Vivemos na era de pessoas multitarefas, dedicadas em diversas áreas do conhecimento e com uma rotina cheia de atividades. Um verdadeiro modelo a ser seguido, não é? E é claro que o mundo acadêmico não ficaria de fora desta tendência.
Existem diversas pessoas criando conteúdos sobre rotina de estudos, como estudar melhor, como ler mais em menos tempo, o que estudar pro Enem e muito mais. Agora mesmo se você abrir alguma rede social com certeza você encontrará alguém falando a respeito. Seja num anúncio, seja num story ou até mesmo na sua timeline.
O problema aqui não é o conteúdo em si mas sim a exposição constante à ele. E com o passar do tempo, adquirimos aquilo como parâmetro para nós.
Isso porque nossa mente entende que o padrão para estudos é aquele apresentado, a meta é aquela estipulada, e essa repetição faz com que desvalorizemos nosso esforço. Faz parecer que sempre necessitamos fazer mais e mais, mesmo quando já estamos dando o nosso máximo dentro de nossa realidade.
Lembre-se: a realidade do outro não é a sua. Logo, seu esforço e resultado serão diferentes. Respeite sua realidade e seus esforços.
Existe uma solução?
Não há uma fórmula pronta que funcione para todos, porque essa solução é um processo individual a ser trabalhado. Isso porque somos seres distintos, em diferentes realidades e contextos, por isso o primeiro passo para acabar com a cobrança e autossabotagem nos estudos é o autoconhecimento.
Isto é: saber quais são suas prioridades, qual o pico de sua produtividade, o melhor ambiente para estudar na sua casa, o horário mais silencioso do seu bairro e etc.
Esses fatores, que se fazem necessários observar, podem te trazer a noção mais clara da sua realidade e do que é melhor para você.
O próximo passo é tentar reduzir seu leque de conteúdos nas redes sociais. Receber dicas e macetes é bom, mas em excesso vai te deixar "ablublublé" das ideias. Às vezes menos é mais - saúde mental.
Lembre-se: esse é um processo de aceitação e melhoria contínua, erros acontecem, mas você aprende mais com eles.
E outra coisa importante para lembrar: não somos máquinas, nosso cérebro demora pra pegar as coisas, dê tempo para ele reter as informações.
E assim chegamos ao fim de mais um artigo. Espero que essa reflexão possa surtir efeito em sua vida acadêmica e você tenha mais gentileza consigo mesmo ;)
Além disso tenho algumas sugestões de vídeos do Ludoviajante para você que conversam com esse tema, seguem os links:
- Como a vida moderna esgota a sua mente | Teoria do Superestímulo
- Por que a nossa geração se cobra tanto? | ludoresponde #6
- Por que é difícil enxergar o seu próprio valor? | ludoresponde #12
Obrigado por ter lido até aqui e até a próxima coluna ;)
#AUInfinitoEAlém