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Os Mapas Hipsométricos e os daltônicos

Os Mapas Hipsométricos e os daltônicos
Rafael Ramos
ago. 26 - 4 min de leitura
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O daltonismo é uma deficiência nas células dos olhos que afeta a percepção das cores através da luz.

Um daltônico não é capaz de enxergar, dependendo do tipo de daltonismo, as cores verde, vermelho ou azul. Em alguns casos raros de daltonismo, nenhuma cor é capturada pelo olho humano e é conhecido como monocromia.

Esta deficiência tem normalmente origem genética, mas pode também resultar de lesão nos olhos, ou de lesão de origem neurológica.

Tipos de Daltonismo

Figura 1: Tipos de daltonismo.

  • Protanopia: dificuldade em diferenciar cores no segmento verde-vermelho-amarelo.
  • Deuteranopia: a pessoa tem dificuldade de perceber a luz verde e isso prejudica na distinção da luz azul, amarelo, violeta, vermelho e verde.
  • Tritanopia: há ausência de cones "azuis" ou de comprimento de onda curta, resultando na impossibilidade de ver cores na faixa azul-amarelo.
  • Monocromia (Acromatia): observam cores sob uma rampa monocromática ou com níveis de coloração muito baixos. É muito rara a ocorrência em humanos.

Os Daltônicos e os Mapas

A simbologia de mapas adequados para daltônicos não é comumente levada em consideração na confecção de um mapa. Estima-se que no entorno de 10% da população mundial possui algum tipo de daltonismo. Um número bastante considerável, para que o assunto seja mais difundido entre os profissionais que trabalham com cartografia.

Existem diversas maneiras de se representar um mapa. Podendo-se trabalhar com formas, tamanhos e cores para simbolizar uma ocorrência, área ou local. O que afeta o entendimento dos daltônicos, são os mapas que necessitam trabalhar com as cores.

Mapas Hipsométricos

A hipsometria é uma técnica que possibilita a representação da elevação de um terreno em um mapa através de uma variação de cores.

Utiliza-se uma escala de cores para representar a variação de altitude que normalmente vai de uma cor mais fria (azul) para altitudes baixas para uma cor quente (vermelho) para grandes altitudes.

Não é uma regra, mas essa é a paleta de cores mais comum para a representação de um relevo, possuindo algumas variações, como o roxo "abaixo" do azul para a menor altitude, e o cinza "acima" do vermelho para a altitude mais alta.

Figura 2: Mapa Hipsométrico do Brasil.

A Hipsometria e os daltônicos

Como vimos nos tipos de daltonismo, quem possui a Protanopia (P) ou a Deuteranopia (D), tem dificuldade em diferenciar as cores do segmento verde-vermelho-amarelo, o que torna os mapas hipsométricos mais tradicionais, inviáveis para a sua devida interpretação.

No caso da Tritanopia (T), apesar das cores serem completamente modificadas, a paleta de cores permanece com uma boa variação de cores, o que permite um entendimento melhor do mapa.

Veja nas figuras abaixo, a visão de um daltônico para o mapa hipsométrico exemplificado acima.

Figura 3: Exemplificação de um mapa hipsométrico na visão de um daltônico.

Como eu disse anteriormente, essa paleta de cores utilizada para representação de mapas hipsométricos não é uma regra. Portanto você pode se atentar a alguns detalhes, que vão permitir uma interpretação adequada do mapa, para todos os seus usuários.

  • Minimize o número de cores usadas nos mapas.
  • Use apenas um das cores conflitantes, evitando combinar verde, vermelho e amarelo.
  • Dê preferencia para gradientes de cor contínuos. 
  • Sempre que possível, faça mapas com menos informações geográficas. A informação reduzida significa que há menos cores para distinguir.
  • Brinque com o brilho das cores. O verde e o vermelho podem ser usados de forma adequada, se você optar por um vermelho mais escuro, e um verde com mais brilho.

Figura 4: Exemplos de paletas de cores, e a visão dos daltônicos sobre elas.


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