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Normas ABNT: uma reflexão sobre como somos feitos para pensar dentro da caixinha.

Normas ABNT: uma reflexão sobre como somos feitos para pensar dentro da caixinha.
Danielle Viana
Aug. 6 - 3 min read
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Essa semana, enquanto eu formatava meu TCC seguindo cada centímetro das normas ABNT, me veio à mente como somos criados para pensar dentro de uma caixinha. 

Você pode ter lido isso e pensado: “O que essa louca de humanas quer dizer com isso?”

Calma, eu te explico minha viagem!

Desde a época da escola, me lembro como ficava simplesmente angustiada por não me adaptar a algumas matérias. Matemática, física e química: essa era a tríade que me causava pesadelos e recuperações no final do ano. 

Sempre fui uma pessoa estudiosa, mas essas matérias não rolavam comigo. Eram milhares de fichamentos que eu fazia noite e dia, horas e mais horas gravando fórmulas e, é claro, um sentimento horrível de insuficiência.

No fundo, me perguntava:

“Qual o motivo de tantas fórmulas? Qual a necessidade de gravar roboticamente tudo isso?”

Essas mesmas perguntas surgem na minha cabeça, anos depois, enquanto escrevo meu TCC.

Vai fazer uma citação com mais de 3 linhas? Coloque um recuo de 4cm da margem esquerda.

Não se esqueça! O espaçamento entre as linhas nesse caso deve ser simples.

Ah, e entre o texto e a citação você deve utilizar um espaço de 1,5cm.

Independente da qualidade do seu estudo e do quanto você se esforçou para elaborar aquelas ideias, tudo é colocado a perder caso você não siga à risca essas regras.

Isso te lembra de algo? Sim, a época da escola!

Nosso sistema educacional é construído de forma a nos moldar a ponto de cabermos em uma caixinha. Nessa caixinha, respeitamos todas as normas possíveis e dificilmente a criatividade aflora. 

E aqueles que não conseguem se adaptar? 

Para estes, resta uma sociedade que julga por não terem seguido milimetricamente todos os passos impostos.

Junto a essa reflexão, penso nas vagas de emprego que vejo diariamente. A maioria diz: “Queremos alguém que pense fora da caixinha”, “Precisamos de alguém criativo”.

Isso soa um pouco estranho, visto o processo de aprendizado que passamos desde a infância até a fase adulta.

Será que no lugar de um sistema que cria pessoas para agirem da mesma forma, não seria melhor pensar em formas de fazer com que o processo de aprendizagem seja mais prazeroso para o estudante?

E se a Física fosse ensinada na prática? E a Matemática fosse aprendida através de tarefas relacionadas ao dia a dia? E a Química, então: imagina aprender colocando a mão na massa? Será que não seria mais eficiente?

E o TCC, meus amigos: imagina se o foco estivesse no conteúdo escrito e não em caçar cada regra que, por algum descuido de formatação, você sem querer não obedeceu?

Quantas mentes sairiam da caixinha se fossemos ensinados dessa forma?

Agora eu quero saber de você: já se sentiu limitado em algum momento durante seu processo de aprendizagem?

Espero que tenham gostado dessa reflexão! Até a próxima semana.


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