Estamos na era das conexões, em que tudo é instantâneo e instável, e as informações correm. Com o mundo tão frenético, e o conhecimento podendo ser acessado em qualquer lugar, a qualquer momento e de muitas formas diferentes e até simultâneas, não é de se surpreender que os jovens que nasceram já imersos nesta realidade sejam tão dinâmicos e habilidosos no que diz respeito principalmente a tecnologia. Junte essa habilidade com pitadas de sede por inovação, busca incessante por reconhecimento e satisfação, e você terá um jovem da Geração Y (nascidos aproximadamente entre 1980 e 1995).
São justamente esses jovens que o autor Sidnei Oliveira busca compreender, traçando suas características, dúvidas, medos, sonhos e comportamentos em relação ao mercado de trabalho no livro Geração Y - O nascimento de uma nova versão de líderes (2010).
TRANSGRESSÃO, EXPECTATIVAS E... REALIDADE
Ao analisar como essa geração em toda a sua diversidade e comportamento transgressor, alterou e continua alterando as relações dentro e fora das empresas ao adotar novas tendências e formas de enxergar o mundo, indo além das lentes de uma realidade corporativa.
Sendo um nativo digital, o “jovem Y” claramente não entende as hierarquias ou mesmo as valoriza tanto quanto as gerações anteriores, preferindo invés disso, padrões mais flexíveis e informais em prol da criatividade e do bom relacionamento com colegas de trabalho e líderes. Trata-se ainda de uma geração em busca de constante inovação, satisfação imediata, expressão de sua individualidade e notável ampliação de networking.
Apesar de todas essas virtudes, tamanho excesso de informações também possui seu lado negativo. Justamente por serem tão imediatistas quanto a resultados - graças a sua interação com as redes instantâneas - são jovens impacientes, ansiosos, multitarefas e que almejam a aprovação contínua, sempre atrás de feedback. Colocados frente a frente com um universo corporativo ainda aos moldes das gerações anteriores, chocam-se com a realidade voltada para resultados, cercada por limites intransponíveis e um reconhecimento por vezes, tardio.
É de assustar qualquer um, né?
Mergulhados de cabeça neste mundo tão diferente do esperado e com a exigência e a concorrência aumentando cada vez mais, essa geração pode começar a se enxergar de maneira distorcida, como se não se encaixasse em tal mercado, o que gera frustração e consequentemente, uma rotatividade muito maior nas empresas.
NOVAS GERAÇÕES X LÍDERES
Se por um lado, temos jovens amedrontados, por outro temos também líderes pouco flexíveis quanto a novas ideias e por mais que digam o contrário, nem todos estão abertos ao diálogo com as novas gerações, por considerá-las imaturas.
Qual a solução então?
Sabendo que a geração Y possui tantas ideias e potencial a ser desbravado, resta aos líderes saber dar o direcionamento correto, sempre respeitando e estando apto a ouvir propostas, em lugar de julgar antecipadamente. Mais do que visto, o jovem quer ser ouvido sem interrupções, pois se a mudança e é possível, ele estará igualmente apto a sair de sua zona de conforto para resolver aceitá-la e fazê-la acontecer, como bem lembra Sidnei.
Respeitando as referências, ideias e habilidades de cada um, a convivência entre gerações torna-se mais harmônica, e consequentemente gera resultados melhores, com uma equipe muito mais motivada e eficiente.
Muito além da competitividade corporativa, o que se precisa é de entendimento e alinhamento entre os momentos de cada geração, levando em consideração a maturidade, mas também a bagagem de ambas.