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Dia Internacional da Mulher: venha entender a história e se inspirar!

Dia Internacional da Mulher: venha entender a história e se inspirar!
Liliane Carvalho
Mar. 9 - 9 min read
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O Dia Internacional da Mulher tem significados muito maiores que imaginamos, vai além de ganhar flores e chocolates por um dia no ano, não é sobre as mensagens de carinho e bichinhos de pelúcia. Se trata de uma demonstração de resistência, luta e resiliência todos os dias, relembrando todos os anos dos direitos que muitas mulheres lutaram e ainda lutam para o que deve ser melhorado.

Nas ciências, nas artes, na política e nos esportes, as mulheres fizeram a sociedade avançar ao longo de toda a história. Durante o último ano, e todo o caos que vivemos, o mundo viu mulheres inovadoras que superaram os diversos obstáculos para fazer o que nunca se tinha visto. Como pioneiras, elas seguem os passos de muitas outras: mulheres que lutaram para ganhar seu próprio espaço.

Levando em consideração toda essa introdução, venho trazer para vocês hoje a história, e a importância dessa luta feminina, em um dia que é considerado mundialmente o nosso. Portanto, vamos voltar alguns anos para trás e contar a história toda.

Porque o dia 8 de março?

Há controvérsias quanto à origem da data, mas o que se sabe de certeza é que ela foi derivada de um conjunto de manifestações pelos Estados Unidos e pela Europa, lideradas por mulheres em função de reivindicar melhores condições de trabalho, direitos justos e o fim do trabalho infantil, comum nas fábricas durante o período.

O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em maio de 1908 no Estados Unidos, quando cerca de 1500 mulheres aderiram uma manifestação pela igualdade econômica e política do país. No ano seguinte, o Partido Socialista do EUA oficializou a data no dia 28 de fevereiro, com um protesto no centro de Nova York.

Em 1910, na cidade de Copenhague, ocorreu o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, e nesse evento, Clara Zetkin, membro do Partido Comunista Alemão, propôs a criação de um dia específico para comemorar como o Dia da Mulher. Essa proposta era fruto de uma luta feminista, que começou a ascender naquela época, e das correntes de esquerda. Clara Zetkin era engajada em campanhas que defendiam o direito das mulheres no âmbito trabalhista, e com sua proposta, ela visava possibilitar que o movimento operário pudesse dar uma maior atenção à causa das mulheres trabalhadoras.

Mais para frente, no dia 25 de março de 1911, em Nova York, aconteceu um incêndio na Triangle Shirtwaist Company e vitimou 146 pessoas, 125 mulheres e 21 homens, sendo a maioria dos mortos judeus. Essa história é considerada um dos marcos para o estabelecimento do Dia das Mulheres. As causas do incêndio foram as péssimas instalações elétricas, e a grande quantidade de tecido no local, que serviu de combustível para o fogo. Além disso, alguns proprietários de fábricas da época trancavam seus funcionários na fábrica durante o expediente, como forma de conter motins e greves, então, quando a Triangle pegou fogo, as portas estavam trancadas.

O acontecimento em Nova York é significativo, mas não pode apagar a influência que a luta operária e os movimentos políticos trouxeram antes. Sendo assim, é importante afirmar que o dia não foi criado por influência de uma tragédia, mas por décadas de engajamento político das mulheres pela causa. Os momentos que se seguiram após a tragédia foram decisivos para toda essa história.

Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) eclodiram ainda mais protestos em todo o mundo. Mas foi em 8 de março de 1917, quando aproximadamente 90 mil operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II, as más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra – no protesto que ficou conhecido como “Pão e Paz” – que a data se consagrou. Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o dia foi ganhando mais força e reconhecimento como homenagem às mulheres.

Somente mais de 20 anos depois, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional para afirmas princípios de igualdade entre homens e mulheres. A partir dos anos 60, o movimento feminista ganhou corpo, e o dia 8 de março já tinha se tornado tradição para a comemoração, em 1975 a ONU comemorou como o Ano Internacional da Mulher, e em 1977 o dia foi oficializado.

E no Brasil?

As movimentações em prol dos direitos da mulher surgiram em meio aos grupos anarquistas no início do século 20, que também buscavam as melhores condições de trabalho e qualidade de vida. A luta feminina no país ganhou força com o movimento das sufragistas, nas décadas de 20 e 30, que conseguiram o direito ao voto em 1932, na Constituição promulgada por Getúlio Vargas.

A partir dos anos 70 emergiu no país organizações que incluíam em suas pautas as discussões de igualdade de gênero, a sexualidade e a saúde da mulher. Em 1982, o feminismo passou a manter um diálogo importante junto com o Estado, com a criação do Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo, e em 1985, a primeira Delegacia Especializada da Mulher.

Toda essa história nos mostra como a luta começou com mulheres fortes, e se seguiu durante muitos anos, inspirando diversas outras a se jogar naquilo em que acreditam. E como os anos se seguiram, os exemplos foram sendo ainda mais próximos a nossa realidade, e o que começou com a luta das operárias foi se tornando os grandes nomes da ciência, da política, e de outros campos.

Mulheres que inspiram

Para continuarmos mostrando a força feminina, ou o que a internet chama, carinhosamente, de Girl Power, venho trazer para vocês alguns nomes conhecidos (ou não) de mulheres que mostraram seu poder.

Marie Curie

Venceu o Prêmio Nobel da Física em 1903 e o de Química em 1911, tornando-se a primeira mulher a ganhar um Nobel e a primeira pessoa a receber o prêmio duas vezes.

Madam C. J. Walker

Nascida como Sarah Breedlove, é uma das primeiras mulheres no mundo a conquistar mais de US$1 milhão com a empresa que fundou em 1910, a Madam C. J. Walker Manufacturing Company. Além de superar ideias sexistas ao criar um negócio próprio, Walker também combateu a discriminação racial e teve um papel fundamental no movimento para acabar com o racismo, o colonialismo e o imperialismo. E para quem se interessar tem uma minissérie disponível na Netflix sobre ela, chamada “A vida e a história de Madam C.J. Walker”.

Junko Tabei

Foi uma montanhista, autora e professora japonesa. Em 1975, ela se tornou a primeira mulher a chegar ao topo do Monte Everest. Antes de falecer em 2016, ela também se tornou a primeira mulher a escalar os sete cumes, as montanhas mais altas de cada continente.

Irmã Rosemary Nyirumbe

Resgata outras mulheres da violência em Uganda. Na sua aldeia, já reuniu mais de 2 mil para dar educação e ensinar ofícios. As meninas e as mulheres que resgata foram libertadas de serem usadas como escravas sexuais ou de serem mortas.

Malala Yousafzai

 

É uma ativista paquistanesa que ganhou o Prêmio Nobel da Paz com apenas 17 anos de idade, tornando-se a pessoa mais jovem a receber este reconhecimento. Malala luta pelos direitos civis em seu país, em particular os das mulheres, proibidas de ir à escola

Jaqueline Goes

Uma entre muitas mulheres cientistas que fizeram parte da equipe responsável pela sequenciação do primeiro genoma do vírus SARS-CoV-2 apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso de COVID-19 no Brasil, um tempo recorde entre todos os países.

Essas entre muitas outras mulheres nos inspiram no dia a dia, e podem estar mais próximas do que possamos imaginar, sendo nossas avós, mães, familiares, professoras, entre outras influências que crescemos admirando.

E em mais um dia 8 de março a mensagem que queremos passar é a de que precisamos de respeito, igualdade e reconhecimento, para que valorizem nosso papel durante a história, e durante os tempos que estão por vir. Nossa caminhada é longa, mas com todas unidas por um único propósito tudo se torna mais leve.

Desejo um feliz dia das mulheres a todas, e sempre se lembre que somos essenciais umas para as outras, e que não há nada no mundo que não possamos fazer.

Espero que vocês tenham gostado, e se você chegou até aqui me diz nos comentários o que mais chamou sua atenção. Obrigada pela leitura.

Um beijo e um queijo, e até a próxima <3


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