É fato que o cenário pandêmico alterou toda e qualquer percepção que se tinha do mercado, bem como, mudou a forma como nos relacionamos. Isso certamente impactou na forma também como fazemos negócio, como as marcas se relacionam com os seus clientes e assim sucessivamente.
Mas esse cenário não somente trouxe a ilusão do novo normal (que eu já contei um pouco sobre isso aqui), mas também trouxe o surgimento de novos tipos de usuários. A concepção que se têm dos clientes hoje, em pleno 2021, já não é a mesma que se tinha no início de março de 2020, por exemplo. Acredite, muita coisa mudou! E eu não estou falando apenas no sentido romântico da questão (e longe de mim, romantizar esse cenário triste).
O que eu quero dizer é que não podemos mais subestimar as diferentes formas de relacionamento entre cliente, marca e experiência.
Apresentação da "Geração C"
Recentemente o Google Brasil reuniu em sua sede em São Paulo, vários executivos para apresentar a nova geração de usuários em torno do YouTube: a “Geração C”.
Mas antes, vale relembrarmos aqueles estudos básicos sobre gerações e personas.
Tipos de Gerações Recentes:
Sempre que levantamos a ideia do estudo de gerações vemos que não é uma tarefa tão simples quanto parece. Definir uma geração vai muito além de uma faixa etária, está ligado ao comportamento, relacionamento, condição social, política, econômica e inúmeros outros fatores. Desde o século passado temos conhecido algumas delas, que também tiveram os seus nomes alterados ao longo do processo, vejamos:
- Geração Silenciosa: Nascidos entre 1925 – 1945
- Baby Boomers: Nascidos entre 1946 – 1964
- Geração X: Nascidos entre 1965 – 1980
- Millennials: Nascidos entre 1981 – 1996
- Geração Z: Nascidos entre 1997 – ? (ainda não temos um final definido)
- Geração C: ?*
*Enquanto vários estudiosos, cientistas e teóricos da área denominam a "geração C" como sendo a geração que sofre o maior impacto causado pela pandemia de coronavirus, principalmente nas crianças, outros tantos estudiosos apresentam concepções além do impacto biológico, lembram dos impactos tecnológicos, sociais e de relacionamento.
Retomando a apresentação do Google Brasil, os números são expressivos quanto ao levantamento feito em relação aos usuários ora denominados “Geração C”.
Em um documento oficial, foi apresentado que cerca de 80% da Geração C é composta por pessoas da Geração do Milênio, que por sua vez, o principal (apesar de não ser o único) público-alvo do YouTube. Em outro dado estatístico temos que 67% da "Geração C" faz upload de suas próprias fotos em redes sociais, ou seja, essa geração está alimentando a cultura com fotos, vídeos, memes e mash-ups.
Essa nova concepção de geração têm sido uma discussão tão forte, pois o US Chamber of Commerce, apresentou que a “Geração C” também define tendências e determina o que será popular, com uma influência que responde por US$500 bilhões de gastos, por ano, somente nos EUA. Isso está tão ligado ao relacionamento, que esse dado representa 85% dos pertencentes a “Geração C”, que contam com a aprovação de colegas para tomar decisões de compra, por exemplo.
“A Geração C é uma nova e poderosa força na cultura de consumo. É um termo que usamos para descrever pessoas que se preocupam muito com criação, curadoria, conexão e comunidade. Não é uma faixa etária: é uma atitude e uma mentalidade”. (Google Brasil, 2021).
Características da “Geração C”:
O documento oficial divulgado pela pesquisa Google no Brasil, apresenta pelo menos oito principais caraterísticas pertencentes a essa geração:
- A Geração C é um estado de espírito
- A Geração C esforça-se para se expressar
- A Geração C dita tendências
- A Geração C define as redes sociais
- É no YouTube que a Geração C busca entretenimento
- A Geração C está constantemente conectada
- A Geração C se conecta ao YouTube em todos os formatos de tela
- A Geração C valoriza a relevância e a originalidade
A "geração C" reforça ainda mais que alteramos o nosso jeito de interação, estamos cada vez mais, sendo usuários multitelas, correspondendo então a 80% das pessoas dessa geração, que têm um smartphone e faz uso dele para assistir a vídeos no YouTube.
“Essa é a primeira geração a crescer com a internet, com expectativa de participação e interação completamente diferentes dos antecessores”
Afirmou Danielle Tiedt, vice-presidente de marketing do Google, durante apresentação. Segundo ela, a "Geração C" fez do "[...] smartphone uma extensão do que as pessoas são. Há pesquisas que dizem que os mais jovens prefeririam perder o olfato a perder seu celular! E atualmente, 25% das visualizações mundiais do YouTube são realizadas em dispositivos móveis.
Ainda temos muito o que observar quanto aos impactos dessa nova geração no dia a dia da comunidade. Para especialistas em desastres como o psicólogo Comer, em entrevista a CNN Brasil, “todas as faixas etárias estão em risco”, o que nos resta é entender que mesmo sendo muito cedo para saber o que tudo isso significará no futuro, é necessário levar em consideração que os efeitos em cascata provavelmente serão vistos já nos próximos anos.
Além disso, outro fator não pode ser ignorado. Comer menciona que o desastre da pandemia, ao contrário de muitos outros no passado, não gerou o mesmo tipo de solidariedade da comunidade que pode ajudar na recuperação. "O sofrimento foi marcado por mais inquietação e mais desconfiança. Não estamos vendo a coesão da comunidade em grande escala que às vezes ajuda gerações e grupos a superar alguns dos momentos mais difíceis”, afirma o psicólogo.
Resta-nos apenas a continuar de olho nos comportamentos constantes desse mais novo e importante nicho já presente em nosso dia a dia.
Abraços do Brum!
Seu mentor :)