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5 coisas que aprendi ao viajar sozinha: autoconhecimento para usar em todos os âmbitos da vida

5 coisas que aprendi ao viajar sozinha: autoconhecimento para usar em todos os âmbitos da vida
Jeaninne Loyola dos Santos
Sep. 27 - 10 min read
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Em apenas dois meses, aprendi muito sobre o mundo, e muito sobre mim mesma. Uso essas lições tanto para minha vida pessoal quanto profissional e é isso que quero compartilhar com você!

Em janeiro de 2019 eu realizei um intercâmbio para o México e foi uma das experiências mais marcantes da minha vida, além de significar a minha primeira vez em várias coisas como andar de avião, ir pra fora do país e viajar sozinha. Fui para trabalhar como voluntária dando aulas de inglês para crianças na Cidade do México durante seis semanas e, depois, viajei pela Riviera Maia. Nesse meio tempo, acumulei 5 lições que podem te ajudar no seu desenvolvimento pessoal e profissional.

1. Planejamento é tudo


Eu sempre adorei planejar, ainda mais quando se trata de viagens e pesquisa sobre outros países e culturas. Sou até formada em técnico de agenciamento de viagens e turismo porque amo o assunto. Mas, em alguns momentos, acontece de deixarmos isso um pouco de lado e nos esquecermos da importância que tem um bom planejamento.

No meu caso, comecei a planejar esse intercâmbio no final de 2017 – mais de um ano antes –,  e isso foi fundamental não apenas pra decidir meu destino, mas também do ponto de vista orçamentário – isso conta muito – e de segurança, afinal seria uma mulher viajando sozinha em um país que não é dos mais seguros.

Porém, como eu mencionei, em alguns momentos, deixamos a desejar. No fim da viagem, enquanto estava saindo de Playa del Carmen para ir a Cancún peguei um colectivo (umas vans baratinhas que andam por todo lado na Riviera) e ainda na estrada não havia decidido em qual hostel me hospedaria. Quando finalmente decidi, perguntei ao motorista qual ponto seria mais perto do endereço e ele me avisou que na verdade sua rota ia para o outro lado da cidade. Ao olhar no Google Maps descobri que era mais de 1h de distância, de carro, e entrei em desespero (detalhe: até então, não existia Uber nem Moovit em Quintana Roo). Pouco tempo depois, o motorista me chama e diz que falou com um amigo que dirigia outra van e era só eu pular pro colectivo da frente. Um milagre! Mas nem sempre podemos contar com eles, então fique esperto e se planeje!


2. Quando as coisas dão errado é porque algo vai dar certo


Bati na tecla da importância de se planejar, mas tenho que dizer pra você que nem tudo vai sair como o esperado. Eu gosto de ter o controle das coisas, porque me planejo muito e isso dá um trabalho... Então quando as coisas não dão certo eu tenho a tendência a me estressar, a ficar chateada, a me desesperar, e acima de tudo não aproveitar. O início do meu intercâmbio foi assim, muita coisa saiu do meu planejamento, e não conseguia enxergar as oportunidades que surgiram a partir do inesperado, nem aproveitar direito a viagem. Mas, às vezes, a gente só deve fazer duas coisas: relax and enjoy the ride (relaxar e curtir a viagem)!

Vou ilustrar isso com uma situação que aconteceu comigo durante minha estadia em Playa del Carmen. Primeiro, tenho que explicitar que havia duas coisas que estavam no topo da minha lista de o que fazer no México: ir ao Coco Bongo e conhecer Cozumel. Mas, me deparei com alguns problemas: Cozumel é uma ilha grande e não tinha ônibus, para se locomover era necessário estar de carro ou moto – não sei dirigir nenhum dos dois –, e o Coco Bongo era uma casa de show bem carinha ($$$), estando em final de viagem (e pobre) não havia quase nenhuma possibilidade de ir até lá. Guardem essas informações.

Em minha passada por Playa del Carmen, fiquei hospedada através do Couchsurfing (uma plataforma que conecta viajantes e você pode se hospedar na casa de alguém de graça) na casa de um alemão que me receberia por quatro dias. No segundo ou terceiro dia, enquanto eu passeava, ele me manda uma mensagem dizendo que iria viajar e precisava que eu saísse da sua casa até a manhã do dia seguinte. Me desesperei. Levei semanas para encontrar esse host, como iria achar outro em menos de um dia?

Coincidentemente, alguém havia me respondido no Couchsurfing antes e eu não tinha notado. Contatei a pessoa e ele afirmou que poderia me receber no dia seguinte se quisesse. Enquanto conversávamos, mencionei Cozumel e ele, que sabia dirigir moto e ainda não tinha conhecido o ponto turístico por ser novo na cidade, se empolgou pra ir comigo. Com mais um pouco de conversa, falei da minha vontade de ir ao Coco Bongo, então, ele mencionou ter um amigo que trabalhava lá, e conseguiu pra nós 50% de desconto nos ingressos. Conclusão, se não tivesse sido chutada da casa do alemão nunca teria conhecido Cozumel, nem o Coco Bongo e não teria vivido experiências incríveis naqueles dias.

Por isso afirmo, se algo der errado, não se desespere, aproveite as oportunidades que podem surgir com o inesperado!


3. Ser cara de pau pode te salvar de uma enrascada


Não tenha vergonha de pedir ajuda. Às vezes nos sentimos encurralados ou em situações difíceis e não falamos com ninguém, achando que seria muito cara de pau pedir essa coisa específica que precisamos ou que ninguém nos ajudaria. No meu primeiro dia em Playa del Carmen, enfrentei uma situação que me deixou numa enrascada e não tive escolha a não ser ter cara de pau e pedir ajuda.

Estava outra vez em um colectivo e quando estava chegando perto do local em que iria descer fui pegar minha carteira para pagar. Revirei a bolsa inteira e, então, me dei conta de que a carteira havia ficado na casa que estava hospedada. Virei pra pessoa sentada do meu lado e pedi que me salvasse, até porque no meio da estrada não teria como descer, nem voltar pra casa ou até mesmo entrar na praia (que também era paga). Ela topou me ajudar, decidimos que passaríamos o dia juntas e, depois, chegando em Playa del Carmen, eu encontraria a carteira e pagaria o que devesse a ela. No fim, acabamos virando companheiras de viagem, fomos para Cancún, Tulum e rodamos Playa del Carmen juntas. Estávamos fazendo couchsurfing na mesma rua inclusive. Arrumei uma amiga e me livrei de um problemão porque tive a cara de pau de fazer isso.


4. Às vezes você deve pensar em agradar apenas a si mesmo


Obviamente, devemos ser gentis, empáticos e o egoísmo não é uma virtude. Mas como indivíduos temos nossas próprias metas, objetivos e vontades. Às vezes, é necessário impor um pouco nossa opinião e realmente fazer o que queremos, que sabemos que será bom para nós.

No início da viagem, saía apenas com as intercambistas do meu projeto. Elas haviam ido como um grupo de amigas, então havia coisas que queriam fazer e eu não, coisas que eu queria fazer e elas não, e, como eram maioria, sempre ganhavam. Quase no fim da viagem pensei: “Eu vim até aqui sozinha, não dependo da companhia delas ou de dar satisfação do que eu faço, sou livre pra ir atrás do que eu quero fazer.” E foi isso que eu fiz.

Decidi ir pra Puebla, um destino que estava na minha lista, uma cidade a duas horas de distância de CDMX, e ninguém tinha topado em ir comigo. Nesse único dia sozinha em Puebla me perdi, me achei, fiz amigos novos, conheci mais sobre a história e a cultura do México e mais sobre mim mesma. Valeu a pena me arriscar pra ir totalmente sozinha e passar os perrengues para me superar e descobrir que sou suficiente. Essa viagem inteira foi um grande desafio em que fiz coisas que nunca imaginava ser capaz. E é disso que se trata nossa última lição.


5. Não duvide da sua capacidade


Às vezes sentimos que a falta de uma habilidade vai impedir que realizemos algo e ficamos com medo de seguir em frente com alguns projetos. Comi chapolines (gafanhotos), li poema em nahuátl, subi uma montanha...Tantas experiências que nem lembro de todas. Além disso, aprendi o espanhol, que achava que não seria capaz de me comunicar, mas perdi o medo e tentando falar o arranhado descobri que tinha uma incrível facilidade com o idioma que nunca havia praticado. E, por isso, desafios são tão importantes, apenas através deles podemos nos desenvolver e descobrir habilidades que nunca imaginávamos ter.

“o homem só pode descobrir novos oceanos se tiver coragem de perder a terra de vista”. - André Gide

Quanto maiores os riscos, mais oportunidades temos de nos descobrirmos e de aprender coisas novas. Mas para isso precisamos ter os elementos que mencionei lá no início: planejamento, confiança em nós mesmos, e aproveitar tudo que a jornada tem a nos oferecer!


Pensando no seu desenvolvimento e em novos desafios, qual seria seu destino dos sonhos?


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