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Universidade e Ansiedade

Universidade e Ansiedade
Marina Vale
Sep. 2 - 6 min read
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Você sabia que 9,3% da população brasileira sofre de ansiedade? (segundo dados da OMS)

Você se considera uma pessoa ansiosa? Como fazia/faz pra viver seu dia a dia na universidade?

Para deixar um pouco mais claro não estou falando daquela ansiedade que sentimos antes de fazer uma prova importante ou quando esperamos por algum evento especial e não conseguimos dormir, por exemplo. Isso é super normal e saudável. Aqui falo de Transtorno de Ansiedade.

O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é aquela ansiedade imensa com eventos do dia a dia. Geralmente a pessoa tem dificuldades para controlar medos e preocupações. Muitas vezes a ansiedade domina os pensamentos da pessoa provocando preocupações tão grandes que atrapalha seu desenvolvimento nos estudos, no trabalho, na vida social.

 

“Mas é algo para se preocupar?”

 

Eu me fiz a mesma pergunta quando entrei em um consultório para uma sessão de terapia e rapidamente fui diagnosticada com ansiedade. Achei que não, que não deveria dar importância para isso, que todo mundo ficava ansioso em algum momento na vida.

Um dia, indo para a Bienal do Livro, sentei no transporte público com uns amigos e no que pareceram frações de segundos, senti uma palpitação forte no peito, me sentia sufocada e tinha dificuldade para respirar, minhas mãos suavam, meu corpo inteiro tremia e eu sentia um medo inexplicável. Também sentia dores e queimações no estômago e aos poucos, meu corpo foi enrijecendo e eu não conseguia mover meus dedos e nem sair da posição em que estava. Eu tinha certeza de que algo terrível iria acontecer e algo em mim doía e eu não conseguia explicar. Queria gritar, mas senti vergonha por estar cercada de gente, então fiz o máximo para passar por isso em silêncio.

Isso foi um ataque de pânico.

Aí me liguei que não era brincadeira.

Nesse momento da minha vida fiquei desesperada porque era meu primeiro ano na faculdade e eu não sabia até quando o tal Pânico iria me acompanhar e atrapalhar. Meu psicólogo disse que iríamos curar aquilo com o tempo. E realmente curamos.

Aqui deixo duas dicas que talvez não passem pela cabeça de um aluno ansioso:

1- Converse com algum professor!

Sabe aquele professor ou professora que você sente certa afinidade? Puxe assunto, converse sobre o que está acontecendo na sua vida. Eu fiquei surpresa com a quantidade de alunos que estava passando pelo mesmo que eu. Meus professores me apoiaram muito, me deram forças e diziam sempre que eu conseguiria sim me formar.

 

2- Encontre seu ritmo!

Se você está passando por uma situação dessas, não se martirize. Síndrome do Pânico, Transtorno de Ansiedade, Depressão etc são doenças e você não tem culpa por estar passando por nada disso.

Então adapte-se!

Se você estiver com problemas para dormir, talvez ir para o turno da noite seja melhor pra você já que não precisa acordar cedo para ir às aulas. Se está com problemas em se alimentar, leve um sanduíche na bolsa porque em algum momento você pode sentir fome e não vai precisar esperar para comer. Se sentir falta de ar no meio da aula, saia, vá para algum lugar aberto e respire fundo.

Para mim, era muito difícil ir até a faculdade porque adquiri Agorafobia (fobia de lugares abertos) por conta do Pânico, mas continuei indo por uns bons meses. Por sorte, o currículo da minha faculdade incluía algumas matérias online e eu fiz três períodos EAD. Nesse tempo eu cuidava da minha saúde e fazia o tratamento devido.

Esse momento de reflexão, tratamento e autocuidado foi essencial para a minha melhora.

Quando voltei para a faculdade para as aulas presenciais, fiquei surpresa porque parecia que eu estava voltando ao “normal”. Uma vez conversei com uma professora que me acompanhou por três períodos e comentei que estava decepcionada com o meu ritmo e preocupada com a minha saúde, aí ela sorriu e disse:

                                                      “Você chegou até aqui”

Escrevi isso no meu caderno e nunca me esqueci do olhar de orgulho que ela lançou para mim. Ela me deu muito gás! Eu tive um desempenho excelente naquele período.

Incentivo, apoio e empatia ajudam muita gente em muitas situações.

Então é minha vez de dizer pra você, pessoa ansiosa:

Não importa pelo o que você passou/está passando ou quanto tempo durou/está durando. Talvez você tenha sofrido ou ainda esteja sofrendo bastante. Mas você chegou até aqui! Isso é sinal de que você consegue ir mais longe.

Está com medo de não conseguir se formar?

Eu, super ansiosa, estou começando meu TCC agora e termino a faculdade no final do ano. Outros alunos antes de mim também conseguiram. E sabe de uma coisa?

Você também vai conseguir.

 

Observação mais que importante: Se você estiver passando por qualquer problema emocional, procure um profissional da área! Eu não melhorei sozinha. Frequentei psicólogo e foi isso que me ajudou.

 

Comente aí! Você já passou ou passa por alguma situação parecida? Como fez para se adaptar ao dia a dia universitário?

“E para o caso de não nos vermos mais, bom dia, boa tarde e boa noite!”


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