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Série: mulheres empreendedoras - Charlotte Brontë

Série: mulheres empreendedoras - Charlotte Brontë
Fernanda Avelino
ago. 23 - 5 min de leitura
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Chegamos ao terceiro capítulo da série que fala sobre mulheres empreendedoras.

Mas Fê, você não cansa de falar sobre feminismo e sobre mulheres que se tornaram escritoras?

NÃO!

Primeiro porque eu acho a leitura uma arma muito eficaz contra qualquer tipo de preconceito, inclusive capaz de quebrar paradigmas machistas há muito alicerçados na nossa sociedade.

Segundo porque eu admiro muito essas escritoras, que tiveram a ousadia de escolher um caminho diferente do que lhes era apresentado na época em que viviam. Elas me inspiram todo dia a buscar ser uma mulher a frente da minha época, por isso acho importante destacá-las aqui e tentar trazer um pouco de inspiração para a nossa geração de millennials.

Mas chega de blá blá blá e vamos ao que interessa: Charlotte Brontë.
Charlotte Brontë, nasceu em Thornton,  no dia 21 de Abril de 1816 e foi uma escritora e poetisa inglesa cujos romances são dos mais conhecidos da literatura inglesa.

A escritora e suas irmãs (PASMEM! as irmãs também eram exímias escritoras) escreviam seus romances, inicialmente, com pseudônimos masculinos, pois consideravam que assim seriam mais aceitas pelo público, uma vez que elas tratavam de assuntos "inapropriados" ou "vulgares" para serem falados por uma mulher. Segundo elas:

"Não gostávamos da ideia de chamar a atenção, por isso escondemos os nossos nomes por detrás dos de Currer, Ellis e Acton Bell. A escolha ambígua foi ditada por uma espécie de escrúpulo criterioso segundo o qual assumimos nomes cristãos, claramente masculinos, já que que não gostamos de nos declarar mulheres, uma vez que naquela altura suspeitávamos que a nossa maneira de escrever e o nosso pensamento não eram aqueles que se podem considerar 'femininos'. Tínhamos a vaga impressão de que as escritoras são por vezes olhadas com preconceito e tínhamos reparado como os críticos por vezes as castigam com a arma da personalidade e as recompensam com lisonjas que, na verdade, não são elogios." (Fonte: "Aviso Biográfico de Ellis e Acton Bell", do prefácio da edição de 1910 de "O Monte dos Vendavais".)

Nesse contexto, Charlotte escreveu um livro que trata exatamente do tema que estamos tratando aqui: mulheres empreendedoras.

O livro se chama "Shirley" e relata a história de uma mulher rica, solteira e independente que ganhava a vida cuidando dos negócios da família, os quais herdou só por não ter nenhum homem vivo que pudesse herdá-los.

Tá, mas nada  tão diferente do que estamos acostumados atualmente, né?

Siimmm! Todavia, eu não mencionei que essa história acontece em meados de 1849, ocasião em que os pequenos empreendedores da época tentavam se adaptar ao surgimento das primeiras tecnologias industriais, mais precisamente, época do surgimento das primeiras máquinas. Mais que isso: época da substituição da mão-de-obra humana pelas máquinas.

Em todo esse cenário, Shirley se vê muitas vezes em um impasse para decidir o que seria melhor para o seu negócio e o que não prejudicaria a pequena vila na qual ela vivia, onde muitos trabalhadores dependiam da venda de sua mão-de-obra para poder sobreviver e sustentar suas famílias.

Todas essas questões não eram questões femininas na época, pois mulheres não participavam dos negócios e isso fica bem claro no trecho a seguir, que foi retirado do livro e nos mostra um devaneio da Shirley:

"Deram-me um nome masculino; eu ocupo um cargo masculino; isso é suficiente para me infundir um toque de virilidade; e, quando vejo pessoas como esse anglo-belga imponente, esse Gérard Moore, diante de mim, falando seriamente comigo sobre negócios, na verdade eu quase me sinto um cavalheiro." pág.288.

Então, vale a pena a leitura de "Shirley" se você quer se deliciar com uma história que tem uma protagonista super feminista, empreendedora e a frente do seu tempo.

E de quebra,  vai conhecer um pouco da Charlotte Brontë, que acabou desempenhando um papel muito parecido com o da personagem criada por ela, principalmente, no quesito feminismo e empreendedorismo, haja vista que ela se tornou uma das escritoras mais renomadas da Inglaterra, tendo os seus romances traduzidos mundo afora.


 E o mais incrível é que seus romances transmitem mensagens feministas que atravessaram os séculos e continuam atravessando até hoje. E aí? O que você tá esperando pra ler um dos romances dela?
 


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