Por séculos, mulheres precisaram se esconder por causa de sua genialidade e por estarem fora do padrão imposto na época. Algumas se escondiam com pseudônimos, outras tinham suas obras expostas por homens.
Nada me chocou mais do que descobrir sobre a irmã de Mozart. Maria Anna era considerada até mais talentosa que seu irmão, mas nunca foi vista como tal. Enquanto o irmão saia em turnês, ela ficava em casa costurando e esperando um bom marido.
Imagine o escândalo que seria os livros de Amantine Dupin e Mary Ann Evans sendo vendidos com seus próprios nomes no século 19. Ambas adotaram nomes masculinos para que pudessem publicar sem parecer absurdo. Respectivamente se tornaram George Sand e George Eliot, sendo consideradas como as duas maiores romancistas europeias.
É insano pensar em quantas invenções feitas por mulheres, receberam nomes de homens para que pudessem seguir. Pior ainda é ter conhecimento de invenções que foram roubadas dessas mulheres.
O Monopoly, por exemplo, inicialmente chamado de The Landlord's Game, ou "O Jogo do Senhorio", foi criado por Elizabeth Magie Phillips. Ao se popularizar, ela pediu a patente do jogo e foi barrada por Charles Durow, que garantiu os direitos, aprimorou o jogo, alterou seu nome e o comercializou.
Acredito que você não tenha ouvido falar sobre Margaret Knight... Ela inventou uma máquina que confeccionava sacos de papel com o fundo plano, porque ela percebeu que seria mais fácil de transportar. Ela até correu para patentear a ideia, mas Charles Annon roubou sua ideia. Margaret até foi ao tribunal, Annon usou em sua defesa a frase “nenhuma mulher poderia inventar uma máquina tão inovadora”. Pois é, acreditem...
Imagine o sutiã, uma clara invenção de uma mulher. Pois acreditem, não ficou nas mãos de uma mulher. Caresse Crosby, cansada de espartilhos, pegou seda, cordão, fitas e agulhas para que pudesse se arrumar para um baile. Patenteou a invenção e chamou de “sutiã sem encosto” e abriu uma empresa. Tempos depois, vendeu o produto para a Warner Brothers Corset Company.
Imagine Mary Anderson, inventora do limpador de para-brisa, incomodada com a neve caindo no vidro do carro, desenhou o projeto, patenteou e nenhuma empresa teve interesse. Logo em seguida, teve sua invenção implantada em inúmeros carros, sem receber um centavo por isso.
Para finalizar este texto, deixo como sugestão o filme Grandes Olhos. Nele, Margaret Keane, pintora e uma das artistas mais comercialmente rentáveis dos anos 50, luta contra seu próprio marido para provar que era a autora dos retratos com grandes olhos que pintava.