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OS REAJUSTES DE SALÁRIO NO BRASIL

OS REAJUSTES DE SALÁRIO NO BRASIL
NICOLAS RALINE DE SOUSA
fev. 3 - 3 min de leitura
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Segundo a última pesquisa do Governo, 49 milhões de trabalhadores brasileiros recebem 1 salário mínimo no país. E nessas condições, o reajuste anual é um dos momentos mais aguardados do ano. Porém, tudo indica que a alteração planejada para 2021 não será de trazer muitos sorrisos.


Alguns podem até não lembrar e muitos dos milenais ainda nem eram nascidos, mas em maio de 2004, o salário mínimo era de apenas R$ 260,00. Em 2016, depois de doze anos seguidos de reajustes superiores a inflação, o ganho mensal regido pela CLT chegou a R$ 880,00.

Mas de lá para cá o cenário se inverteu completamente. E tudo indica que 2021 será mais um desses anos apáticos para o reajuste da grande população.

Com uma previsão de aumento de R$ 55,00, chegando a R$ 1.100,00, o novo aumento para o próximo ano pode nem comprar 5 quilos de arroz, por causa da recente inflação do produto.


É simples justificar politicamente porque houve tanto retrocesso no reajuste, afinal, a fórmula antiga levava em consideração a inflação atual somada à variação do PIB de dois anos anteriores. Como resultado, os reajustes de 2017 e 2018 não consolidaram aumentos reais. 

Com o novo governo presidencial, a metodologia mudou. A nova equipe econômica decidiu ajustar o ganho da maior parte da população apenas com base na inflação do ano anterior, não proporcionando nenhuma melhora ao poder de compra dos dependentes do salário mínimo. 

E a sua principal justificativa é o grande impacto negativo que o reajuste trás as contas públicas.

Segundo matéria publicada no G1: De acordo com cálculos do governo, a cada R$ 1 de aumento do salário mínimo criou-se, em 2020, uma despesa de aproximadamente R$ 343 milhões. Com isso, uma alta de R$ 2 a mais representaria um incremento de despesas de cerca de R$ 680 milhões neste ano.
 


A cada R$ 1 de aumento no salário mínimo, cria-se uma despesa de aproximadamente R$ 343 milhões de reais.



Contudo, o que mais chama atenção neste processo, não é a perda de poder aquisitivo para os assalariados, mas sim a diferença substancial do enredo de reajuste para o funcionalismo público. Afinal, como ė possível a negociação, não é crime ser discricionário para mais.

A partir do início da série disponível no site da Câmara dos Deputados, em Janeiro/2014, o salário de um mandatário era de R$ 26.723,13. Em 2015, esse valor foi reajustado em 26,3%, para R$ 33.763,00. Valor que se estende até hoje, por não poder ultrapassar os ganhos dos Ministros do STF. e não ter ocorrido nova pauta de aumento.


Porém, na prática isso não representa todos os recebimentos desses cargos, uma vez que há inúmeros auxílios disponíveis para além das remunerações oficiais.

Conclusão: estimasse, segundo valores de 2018, que um deputado custa aos cofres públicos cerca de R$ 179 mil por mês. 

De forma triste e enfática, podemos dizer que a história dos reajustes dos salários no Brasil é literalmente uma moeda com dois lados bem distintos. Onde os mais fracos são aqueles que precisam somar trocados para não ficarem devendo. E o outro, exibe, de  cara lavada, um sorriso de orelha a orelha por conta de suas regalias.


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