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O que está acontecendo com o Pantanal?

O que está acontecendo com o Pantanal?
Fernanda P. Nogueira
set. 28 - 4 min de leitura
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Se 2020 tem se apresentado com um ano atípico, as queimadas no Pantanal é mais um fatídico episódio desse. Apesar dos focos de incêndios no bioma ganharem os noticiários nos últimos dois meses, essa situação acontece desde de janeiro e assim alcançando a maior taxa já registrada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O Pantanal é considerado o bioma mais preservado do país, com 83% de cobertura vegetal nativa, e apresenta a maior densidade de espécies de mamíferos do mundo. O bioma é a maior plataforma de inundação continental planetária, recebendo da Amazônia parte das águas que o inunda todos os anos. Vale ressaltar, que este possuí um grande potencial para o ecoturismo, que não é explorado.

De acordo com os dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais divulgados pelo Inep de janeiro até o final de agosto, o fogo no Pantanal brasileiro já havia queimado uma área de 18.646 km2, cerca de 12% da área total do bioma. Em Mato Grosso, 95% da destruição ocorreu em áreas de vegetação nativa, segundo o Instituto Centro de Vida (ICV).

Apesar do Pantanal ser marcado por queimadas naturais em seu período de seca, que acontece de agosto a outubro, o Inpe detectou 16.119 focos de queima desde o início do ano até 22 de setembro. A área queimada até o momento equivale a tudo queimou no bioma nos últimos seis anos, de 2014 a 2019. Assim esse é o maior número para o período desde o início dos registros, em 1998.

Nos dois últimos anos, o Pantanal tem recebido menos chuvas do que o previsto, vivendo assim uma grande seca. Em paralelo, a Amazônia e o Cerrado, biomas vizinhos ao Pantanal, tem apresentado aumento no desmatamento o que teria impacto direto no mesmo.

Além das mudanças climáticas, o desmatamento, a seca recorde, o acúmulo de biomassa inflamável e a ação humana são fatores que resultaram no maior desastre já registrado no bioma. No entanto, as queimadas provocadas pela ação voluntária ou não do homem, já comprovadas por perícias das autoridades, é a principal causa para essa incessante queima.

Como consequência de toda essa queimada se tem a perda da vegetação nativa, morte de muitos animais, também há perda de habitações, além da combinação de fumaça, calor e baixa umidade que contribui para o crescimento de pacientes com doenças respiratórias, podendo levar até a novos casos de Covid-19.

De acordo com pesquisa realizada pelo jornal EL PAÍS desde de o início do ano já sabia que a região enfrentaria maior seca desde a década de 60, demonstrando uma clara falta de planejamento por parte dos órgãos ambientais. Enquanto o governo demorou quase três meses para mobilizar os brigadistas e reduziu o orçamento para o combate as queimas, o Pantanal vem recebendo auxilio de voluntários e de ONG's  para enfrentar as queimadas.

Apesar de  em setembro o  Governo Federal destinar mais de R$10 milhões para o cessar as queimadas no Pantanal , a principal crítica a este se deve as reduções em prevenção e fiscalização, além da impunidade ligada a crimes ambientais na atual gestão.

 Enquanto as autoridades ignoram a real situação do bioma, embaixadores de oito países europeus - Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Holanda, Noruega, Dinamarca e Bélgica- assinaram uma carta onde abordam a dificuldade de manter parcerias com o Brasil por não atender a seus critérios ambientais, sociais e de governança. Desse modo, o impacto da queima no Pantanal não deixará apenas rastros na flora e na fauna por anos, mas também na saúde da população e na economia do país.

Obs: Procure mais informações sobre o assunto. Apoiem as ONG's. Não vamos deixar o Pantanal queimar.


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