Nessa quarentena, para passar o tempo, estou relendo os livros de Harry Potter, de J. K. Rowling.
O porquê? Porque estou ávido para que esses tempos passem, e para isso, nada melhor do que rever velhos amigos. E é essa a sensação que tenho a reler estes livros.
À parte das polêmicas envolvendo a autora, é uma estória sobre amor; amor à família, sendo de sangue ou não, a parentes que já se foram, a amigos e etc.. Mas é inevitável falar do tema sem falar dos infelizes comentários atuais da autora. Ela disse, através de seus livros, que "palavras são nossas inesgotáveis fonte de magia". E que elas podem curar o umachucar. E ela está machucando as pessoas. E muita polêmica está à parte disso. Mas deixamos isso de lado.
O poder da história de Harry está no modo de encantar as pessoas, e em especial, as crianças. Eu fui uma delas. Talvez não tenha pegado grande parte do ápice "potterhead", mas peguei da metade para o final, principalmente com os filmes.
Lembro do dia que meu pai chegou em casa, em um sábado, de um passeio com a minha irmã, me trazendo o primeiro livro: "A Pedra Filosofal". Acredito que há dois tipos de pessoas que não curtem a franquia: as que acham chato, o que é compreensível, é questão de opinião; e as que não acham que é literatura. Essas usam do argumento: "HP foram os primeiros livros que muitas pessoas leram, e também os únicos". Na época que eu estudei letras na UFRJ, tive um professor que usava esse argumento.
Mas acontece que ninguém começa a ler os chamados "autores mortos", como Kafka, Dostoiévski, e etc.. É preciso de um pontapé inicial. E nada melhor do que uma estória que atrai todas as idades, indo de uma evolução do primeiro livro ao último, onde a autora evolui e amadurece seu estilo de narrativa e escolhas para a mesma. Eu comecei com HP, e agora leio de Hemingway até Oscar Wilde, Tolstoi até Victor Hugo e Dante a Guimarães Rosa.
HP é sobre amor, amizade, lealdade. e outras coisas boas e positivas. Tem que se dar uma chance, uma chance simples que muda vidas.