A importância da literatura para o bom
direito, sim, a relação entre direito e literatura é complexa e multifacetada, e
oferece uma perspectiva filosófica fascinante sobre como a linguagem e a
narrativa são usadas para criar significado e moldar a compreensão do mundo.
Literatura é vida; e aqui, literatura
brasileira é a vida deste texto. De forma concreta e comprovada, o hábito da
leitura é saudável e vai além dos ganhos em escrita e articulação, a habilidade
de se consumir literatura é algo benéfico que impacta na atuação do direito em
si, e ser apresentado aos diversos universos de realidades, em especial a de um
país miscigenado, muda a percepção do indivíduo e suas produções.
No cerne dessa discussão literato
jurídica, existem os advogados - em sua expressa maioria- acostumados com a
escrita padrão para formular suas petições e atas, formatação regulamentada,
ofícios e despachos. A leitura e escrita técnica, extremamente necessárias para
imposição de ordem, acabam trazendo uma limitação criativa ao indivíduo que as
pratica, não atacando os modelos, mas sim a réplica quase automatizada e não
raciocinada. Destaca-se aqui que pesquisas acadêmicas são capazes de apontar
números e escalas para essa informação, porém, a própria atividade em si e uma
breve reflexão do próprio leitor acerca do mundo contemporâneo é capaz de
compreender a crítica de que existe uma camada espessa de réplicas e repetições
de fala e textuais em todas as categorias.
Como mencionado acima, literatura
brasileira é a vida deste texto justamente para ilustrar a beleza de produções
textuais não jurídicas - sem apontamento de números - mas sim na base do
argumento, apresentar a necessidade de exploração e aprofundamento na
intersecção dessas áreas humanas. Nessa lógica, o direito pode ser analisado a
partir de um ponto de vista literário, como uma narrativa construída ao longo
do tempo e permeada de interpretações subjetivas.
Senso criativo, capacidade de utilização e,
talvez até mais importante, capacidade de interpretação de figuras de linguagem
e assimilação de conteúdo, tornem esse escrito um apelo simples e Arthur
Schopenhauer afirma: É fácil acrescentar algo ao que já foi inventado. E nisso
a literatura surge como um expoente quase filosófico para produção de conteúdo
jurídico.
Por fim, de maneira breve e na
esperança de alguma sensibilidade, para àqueles que vivem do escrever e para
escrever, estendendo para todas as classes que se identificarem, as diversas
obras da literatura brasileira representam o “suco de Brasil” que os
escritores, em especial para este caso, juristas de todas as formas, devem
tomar. Talvez assim, as produções sejam mais táteis da realidade viva. É justo
concluir, portanto, que a literatura aproxima da realidade do país, o leitor
internaliza, e assim, nascem criações mais plurais para o direito rotineiro.