A Língua Portuguesa é um tópico que assusta muitos por sua complexidade e assuntos variados. Mas não precisa ser assim. Para começar, existem quatro pilares fundamentais que compõe a sua base: Semântica, Fonética, Morfologia e Sintaxe. Neste artigo meu foco será na Morfologia, uma vez que esta classe sustenta as demais.
Esta categoria é responsável por definir as classes de palavras e o seu emprego. Consiste em 10: artigo, substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, preposição, advérbio, conjunção e interjeição.
A partir destas denominações, existem duas classificações que auxiliam ao se tentar identificar qual é qual: variáveis e invariáveis.
Variáveis:
. Artigo
. Substantivo
. Adjetivo
. Numeral
. Pronome
. Verbo
Variáveis, pois têm que concordar com o que as acompanha, de acordo com o contexto
Invariáveis:
. Preposição
. Advérbio
. Conjunção
. Interjeição
Como o próprio nome diz, permanecem iguais, não importa o contexto.
A seguir, alguns exemplos:
Os alunos chegaram atrasados
As alunas chegaram atrasadas
Os termos sublinhados são a derivação de uma mesma categoria, o adjetivo. Sofrem variações para concordar com o sujeito, no caso, “os alunos/as alunas”. Portanto, são predicativos do sujeito e representam uma qualidade atribuída ao mesmo.
Os alunos chegaram cedo
As alunas chegaram cedo
Dessa vez, os termos destacados correspondem ao advérbio, portanto, são adjuntos adverbiais. É invariável.
A língua portuguesa é uma arte, e como tal, tem nuances que precisam de atenção para serem assimiladas. Uma delas é o fato de que certas palavras apresentam mais de uma classificação, de acordo com o seu emprego na frase.
Alguns exemplos:
Temos que nos preparar agora (advérbio)
Temos que nos preparar para o agora (substantivo)
Os alunos precisam correr (verbo) muito
Com o correr (substantivo) dos tempos, muitas coisas mudam
O artigo empregado antes de cada termo sublinhado mudou a sua morfologia, de advérbio/verbo, passaram a ser substantivos, ou palavras substantivadas.
Há palavras que mudam a sua morfologia de acordo com o contexto. Alguns casos bem comuns:
Palavra “A”
. Artigo (variável)
. Pronome pessoal do caso oblíquo (variável)
. Pronome demonstrativo (variável)
. Preposição (invariável)
Toda a turma (substantivo) chegou
O artigo sempre vem acompanhado de substantivo
Eu a (pronome oblíquo) comprei para você
“A” com função de pronome oblíquo sempre acompanha um verbo, seja antes, no meio ou depois dele na sentença
Esta é a (pronome demonstrativo) que eu comprei
“A” como pronome demonstrativo não acompanha um verbo
Todos começaram a (preposição) estudar hoje
A preposição, neste caso, conecta os dois verbos e não sofre variação
Palavra “Que”
. Pronome (variável)
. Conjunção (invariável)
. Essas são as mais frequentes, mas na realidade são mais de 15 variações
Uma observação a respeito do “que” como pronome: Para facilitar a identificação de pronomes é pensar que, por serem variáveis, vão se conectar a componentes similares . Além de que, quando a palavra analisada está nessa função, você pode trocar por outras que o sentido será o mesmo.
A turma que (pronome relativo) está na sala 2 estuda bastante
*Substituto: a qual
Quero que (conjunção subordinativa integrante) você seja aprovado
*Além de não ser substituível, vem antes do verbo
Palavra “Se”
. Palavra expletiva (sua ausência não compromete o entendimento da frase; usada para dar ênfase)
. Pronome apassivador (referente a voz passiva)
. Pronome reflexivo (o sujeito da frase pratica e sofre os efeitos
. Parte integrante do verbo (não há verbo sem pronome)
. Índice de indeterminação do sujeito
. Conjunção
Foi-se (palavra expletiva) embora
Entregou-se (pronome apassivador) o prêmio
Levantou-se (pronome reflexivo) rápido
Queixou-se (parte integrante do verbo) de você
Precisou-se (índice de indeterminação do sujeito) de ajuda
Vou se (conjunção) você me ajudar