O seu mundo está velho - brandiu um grupo de jovens protestando em frente à usina.
Quem nunca se manifestou ou ao menos pensou que algum produto, serviço ou até mesmo processo ou rotina estava defasado? Você já parou para pensar sobre o período de validade de uma ideia ou de algo que está ao nosso redor? Se não, esse é o momento.
O discurso contemporâneo é simples e objetivo: O mundo mudou! Ele não é mais o mesmo que viveram nossos pais e avós. Precisamos de novas ideias, de novos processos e novas formas de se relacionar, com os outros, com a natureza e com nossa carreira.
E isso, de modo geral, são micro ambientes que estão completamente relacionados à economia de um país. Daí, o grande destaque que a inovação vem ganhando nos países de terceiro mundo, como o Brasil. Uma tentativa desesperada de se tirar o atraso econômico.
Porém, em um país descaradamente desigual, a inovação, além de ser a criação de novidades, é também o novo mercado do futuro.
Já não é segredo que a pequena privilegiada classe abastada brasileira quer um novo mercado para investimento. As plantas produtivas não são atrativas, a moeda está muito desvalorizada para grandes ganhos internacionais, o mercado de ações já se tornou uma rotina e títulos públicos já foram um oásis.
Por isso, neste cenário, a inovação se torna uma própria inovação. Contudo, para os menos favorecidos, ela se torna a nova promessa do novo mundo.
A inovação está ao alcance de todos. A criatividade é inerente ao ser humano e todos podemos desfrutar de seus resultados, basta ter uma ideia ou uma combinação certa, no momento propício.
Como consequência, esse novo modelo de mercado consolida novas empresas, novos processos produtivos e novos profissionais e, realmente, isso pode gerar saltos de desenvolvimento produtivo palpáveis. Porém, o que pouco se discute são quais os preços desse novo futuro?
Um dos principais assuntos colocados em pauta neste cenário de mudança é a situação do mercado de trabalho. Devassado, ultrapassado, subdesenvolvido, desconexo são alguns dos adjetivos que vem sendo associados a ele. Mas a inovação, por mais atrativa que seja, não responde a primeira problemática que esta sendo posta pelo modelo atual, o grande desemprego.
Uma vez que a inovação é a criação de uma novidade que é uma solução, ela será mais rápida, mais barata ou mais eficiente, mas para quem? Para a economia, sem dúvida. Mas então, quem irá inovar para resolver o problema do desemprego?
Atualmente, há mais de 13 milhões de desempregados e poucas esperanças de uma solução, pois, o incentivo à inovação está voltado para o micro problema produtivo. Individualizando de forma infeliz este processo inovativo e, por tabela, limitando as suas consequências.
Até porque mesmo em um país inovador, ainda há vencedores e perdedores. A diferença é que agora o primeiro, são os mais rápidos e não mais os maiores, nem os mais fortes, como antigamente.