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Empreendedorismo Social

Empreendedorismo Social
Gabriel Pasini Tanasovici
Feb. 26 - 7 min read
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Desde o início da pandemia, a palavra “empreendedorismo” vem se tornando cada vez mais destaque. Por mais que alguns negócios prosperaram nesse tempo, principalmente pela migração para um modelo de negócio através da internet, muitos outros acabaram sofrendo prejuízos incalculáveis, fruto da paralização das principais atividades econômicas.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Geografia (IBGE), a pandemia provocou o fechamento de 522 mil organizações no país na primeira quinzena de junho de 2020, estatística que provavelmente cresceu com a piora no número de casos e com a adoção de quarentenas mais rigorosas.

Além disso, milhões de trabalhadores brasileiros também foram afetados. Só no primeiro semestre de 2020, o país chegou à marca de 13,8% de desempregados, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua). É um cenário preocupante que, consequentemente, aflinge nosso Produto Interno Bruto (PIB) com altos e baixos (mais baixos).

Em contrapartida, alguns outros dados nos chamam a atenção: uma previsão do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), apontou que cerca de 25% da população brasileira adulta iria se envolver em alguma atividade empreendedora própria ou com alguma empresa de até 3 anos de existência, até o final de 2020.

Segundo dados do Portal do Empreendedor (Governo Federal), mais de 1,1 milhão de formalizações de empreendedores foram registradas entre o final de fevereiro e o fim de setembro de 2020. A quantidade de Microempreendedores Individuais (MEIs) no país cresceu 14,8%.

Ou seja, empreender agora, apesar do contexto contingencial, não é algo tão absurdo. A pandemia do novo coronavírus tornou-se um impulsionador do aumento do empreendedorismo brasileiro, como uma forma de buscar renda e de aproveitar as facilidades que a tecnologia proporcionou. Hoje em dia, abrir um negócio é um processo muito facilitado pela internet.

 

Tá, mas onde o empreendedorismo social entra nisso?

De certa forma, a pandemia evidenciou a necessidade de investimento na economia de impacto, a qual coloca como foco a criação de valor para a sociedade. Segundo Orlando Nastri, consultor do Instituto Votorantim, não há mais “a hipótese de uma empresa se posicionar sem pensar em propósito, no desenvolvimento sustentável da sua atuação”.

O Empreendedorismo Social, sobretudo, está no centro da economia de impacto. Ele busca resgatar as pessoas em situações de risco, promovendo a melhoria de sua condição de vida na sociedade através do capital social. Ou seja, nem sempre o foco de todas as empresas é o lucro incessante. Neste caso, o objetivo é propiciar a solução de problemas de cunho social, econômico ou ambiental, impactando áreas e grupos menos favorecidos.

Empreender é encontrar oportunidades de novos negócios e agir para solucionar possíveis “dores” dos clientes. O que as organizações de impacto visam é estar além do lucro, beneficiando as pessoas, primeiramente.

Se resumirmos, as principais características de quem empreende socialmente são:

 

 

  • Foco na população de menor renda;
  • Empatia como um valor principal;
  • Utilização de técnicas empresariais para solucionar problemas sociais;
  • Alcance de mudanças sociais em larga escala;
  • Busca por inovar nas soluções dos problemas;
  • Foco nas mudanças sociais enquanto é gerado lucro para sustentar essas iniciativas;
  • Utilização de feedbacks construtivos para aprimorar as ações;
  • Preocupação com todo o contexto social da localidade em que está inserida;
  • Persistência e resiliência em alcançar os objetivos.

É claro que, para uma empresa com este foco alcançar seus objetivos e gerar visibilidade ao projeto, serão necessárias ações eficazes que atendam as demandas de populações vulneráveis. Alguns exemplos de atitudes que devem ser tomadas por um líder deste segmento são:

  • Proposta de criação de ideias úteis para resolver problemas sociais, combinando práticas e conhecimentos de inovação;
  • Criação de parcerias e formas/meios de auto sustentabilidade dos projetos;
  • Transformação das comunidades graças às parcerias estratégicas;
  • Utilização de enfoques baseados no mercado para resolver os problemas sociais;
  • Identificação de novos mercados e oportunidades para financiar uma missão social.

 

Qual a sua importância?

Atualmente, essas ações se destacam por unir inovação, transformação digital e geração de valores para as pessoas, ultrapassando os objetivos econômicos e financeiros. Empreender socialmente, além de proporcionar benefícios sociais e aspectos sustentáveis para todos, utiliza sempre ferramentas e processos modernos em seus eixos, gerando conhecimento e informação.

É importante dizer que não estamos falando sobre serviços de filantropias ou ONGs! Empreendimentos sociais são, de fato, empresas que procuram ser autossustentáveis e competem no mercado em busca de lucro, ou ao menos, de fechar as contas no verde para não sair no prejuízo. É certo que isso depende da filosofia e do modelo de atuação que o empreendedor deseja seguir.

 

O que eu preciso fazer para abrir um empreendimento social?

Em um cenário de crise, é verdade que os empreendimentos sociais estão se deparando com um duplo desafio: seguir promovendo impacto social e ao mesmo tempo, lutar para garantir a sustentabilidade de seus negócios.

Muitos estão encontrando saídas criativas para seguir fortalecendo sua atuação, seja com a adaptação de seus negócios, a formação de redes ou promovendo novas iniciativas. Basicamente, os passos que você deve seguir para abrir um estabelecimento deste setor são:

  1. Pesquise o público-alvo.
  2. Encontre um modelo de negócio.
  3. Faça um bom plano de negócios.
  4. Conduza um plano piloto.
  5. Busque recursos.
  6. Tenha paixão, paciência e perseverança.

 

Indicações de leitura para se inspirar

Passaremos aqui três livros muito interessantes para quem se interessar mais pelo assunto:

  • Criando um negócio social - Muhammad Yunus (2010): Aqui são oferecidos conselhos práticos para aqueles que querem criar seus próprios negócios sociais;
  • De Dentro Para Fora: Como uma geração de ativistas está injetando propósito nos negócios e reinventando o capitalismo – Alexandre Teixeira (2015): O autor defende o movimento de transformação do empreendedorismo e explica a reinvenção do comércio capitalista;
  • Mude, você, o mundo: manual do empreendedorismo social - Gabriel Cardoso (2016): De forma prática, a obra também dá instruções de como ter seu empreendimento social.

O empreendedor social deve ser entendido como alguém que observa a negligência acerca de uma parte da população e encontra, nessa situação, inspiração para agir diretamente, usando criatividade, eficiência e força. Isso sobretudo estabelece um novo cenário que assegura benefícios permanentes, tanto para o público-alvo, quanto para a sociedade em geral.

De certa forma, você pode atuar em cenários como: desemprego, acesso à saúde, inclusão digital, alfabetização e apoio pedagógico. O importante é ser um líder que insista e engaje a sua equipe para conquistar os objetivos da empresa no mercado. Amenizar os impactos sociais da pandemia envolvem também a criação de empreendimentos que promovam impactos sociais positivos.


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