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Cor não tem gênero

Cor não tem gênero
MaJu Deolindo
Oct. 3 - 4 min read
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“Meninos vestem azul e meninas vestem rosa.”

Você com certeza já ouviu essa frase proferida pela ministra da mulher, da família e dos direitos humanos, Damaris Alves e tornou-se um  meme nas redes sociais.

Mas antes de qualquer coisa hoje eu vou falar sobre moda. Isso mesmo. Vamos voltar algumas décadas.

Até o final do século 19 era extremamente caro tingir tecido logo a maior parte da população usavam roupas de cores neutras. Somente a partir do século 20, com publicações de catálogos de lojas de roupas da época as questões das cores foram levantadas. E deixa eu te contar o mais louco a sugestão era: os meninos deveriam usar a cor rosa por serem mais fortes e chamativas, já as meninas deveriam ficar com o azul por ser uma cor mais sutil.

Deixa eu te contar mais um segredo esse propostas de cores eram apenas sugestões de MODA.

Mais um acontecimento bombástico eu vou compartilhar com vocês: naquela época todos os bebês (independente de serem meninos ou meninas) usavam vestidos, pois facilitava na hora de trocar as fraudas das crianças. Nesse período não tinha roupa para menino ou para menina era simplesmente roupas para criança. Justamente pelos fatos já citados e principalmente porque não existia ultrassonografia para saber o sexo.

Para e pensa. Imagina hoje um menino usando um vestido. Viriam familiares, amigos, gente que nunca viu a criança na vida antes e chamariam a mãe de louca. Está entendendo onde quero chegar? Esse “conceito” azul e rosa é uma construção social que alguém dia decidiu que esse seria o correto e o povo concordou. Nada tem a ver com gênero ou sexualidade.

Agora vamos de fato entender como em fim essa questão das cores ganhou força. A partir da década de 80, as coisas começaram a mudar tornou-se popular o uso de sabão em pó (até o momento as pessoas lavavam as roupas com água sanitária), as máquinas de lavar com o tempo tornavam-se cada vez mais populares, e tecnologia avançou mais um pouco com o exame de ultrassonografia e agora os pais do bebê poderiam descobrir o sexo antes de nascer.

E você não achou que a indústria da moda ficaria fora disso, né? Era uma oportunidade perfeita para lançar enxovais completos diferentes para meninos (na cor azul) e meninas (na cor rosa). Pura jogada de marketing, galera. É o show business.

É aquela frase de Simone de Beauvoir: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher.”

Tipos de declarações como a da ministra, só servem para retroagir os avanços que vem acontecendo sobre as questões de gênero e sexo que vão muito além do órgão sexual da criança. Gênero biológico é diferente de identidade de gênero. A pessoa pode ser mulher, pode ser homem, pode ser os dois ou até nenhum dos dois. Vai muito além dessa binariedade que nos obrigaram a engolir goela a baixo. 

Cor não tem gênero!

Mas os exemplos são infinitos de como a propagação dessa frase está entranhado no nosso dia a dia. É chá de revelação, kinder ovo rosa x azul, fila para meninas x meninos, futebol x ballet, carro x boneca, vídeo game x casinha, e assim vai...

Gênero foi uma forma que a sociedade achou para classificar as pessoas e distribuir papéis e que consequentemente tornou-se uma forma de opressão, de que se você saísse de dentro da forma você está errado.

 

 

Texto baseado no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=XV6D_sKwYWY


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