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Como delimitar o regime de trabalho em tempos de revolução digital?

Como delimitar o regime de trabalho em tempos de revolução digital?
Matthæus Braga
Aug. 1 - 2 min read
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Em 1927, "Metropolis" (capa) ganhava as telonas. No filme dirigido por Fritz Lang (baseado no romance de Thea Von Harbou), vanguarda do dito expressionismo alemão, somos apresentados à uma sociedade onde a classe operária e a elite vivem segregadas: enquanto a primeira tem seus direitos negados e é castigada com regimes de trabalho exaustivos, a segunda é reservada o desfrute de uma vida luxuosa.

Guardadas as devidas proporções, não é exagero dizer que nos aproximamos cada vez mais da sociedade distópica que Thea anteviu, e com amparo daquilo que não sai mais de nossas mãos: os smartphones. É interessante que notemos como esse equipamento, em consonância com a internet, revolucionou a maneira de nos comunicarmos, e em consequência isso abrangeu a forma que nos relacionamos com o nossos afazeres, seja no campo profissional, acadêmico ou de lazer. Agora, mais do que nunca, é preciso entender que a ideia de um horário comercial ou "útil" está gradualmente se tornando obsoleto, e isso gera uma espécie de prisão, onde nunca saímos de nosso trabalho, universidade, da roda de conversa, da sala de cinema ou da galeria de arte, porque todas essas áreas se fundiram através do smartphone. Ou vai dizer que você nunca se flagrou conversando pelo WhatsApp sobre aquele seminário em grupo às 2 da manhã? Ou seu chefe te delegou por e-mail uma tarefa às 11 da noite para você entregar no dia seguinte? E que você ficou a semana inteirinha conversando, postando e comentando a respeito daquela exposição de arte contemporânea ou daquele blockbuster que você viu com seu @?

Mas a pergunta que não cala é: esse sincretismo é saudável? Como isso altera nossa saúde mental e como podemos delimitar e setorizar nossa vida (se isso é algo interdependente)? Até onde nosso ofício pode "invadir" outros horários das nossas vidas? Bom, no século dos transtornos psicológicos, precisamos urgentemente debater esses assuntos e travar reflexões de como atingir um bem-estar, ou realmente terminaremos vivendo como a classe operária de "Metropolis".


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