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A mensagem por trás de Duna

A mensagem por trás de Duna
Matheus Osório
mai. 31 - 3 min de leitura
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“Um grande homem não busca liderar. Ele é chamado para isso."

– Duque Leto Atreides


Antes de começar o texto, aviso que tentarei evitar eventuais spoilers, mas que, mesmo assim, advirto para que tome precauções com a leitura abaixo caso ainda não tenha lido os livros ou visto o filme.


A grande série de livros, Duna, escrito por Frank Herbert nos anos 60, é um marco no gênero de ficção científica, e influenciou títulos famosos como Star Trek, Star Wars, Futurama etc. Inclusive, Duna foi recentemente adaptado para as telas de cinema com o filme de Denis Villeneuve, após uma primeira adaptação de 1984, pelo diretor David Lynch. O novo filme, estrelado por atores como Timothée Chalamet (como o protagonista, Paul Atreides), Oscar Isaac (como o duque Leto Atreides), Jason Momoa (como Duncan Idaho) e Zendaya (como Chani), já é considerado uma longa-metragem de sucesso, e atraiu muitas críticas positivas.


Contudo, muitos veem o filme como uma obra de espetacular cinematografia e trilha sonora, mas esquecem de sua profunda e relevante mensagem original — o que o autor, Frank Herbert, queria transmitir.


Em poucas palavras, Herbert pretendia mostrar, através da jornada de vingança e de justiça trilhada por Paul Atreides, como que figuras populares, messiânicas ou proféticas são essencialmente perigosas, e como que a religião, medos ou elementos culturais podem ser apropriados por forças políticas, com objetivos próprios, para a manipulação das massas populares a seu favor.


O protagonista reúne as suas forças pelos Fremen, o povo oprimido do planeta árido de Arrakis, onde se passa a história, e mobiliza-os em um exército contra os seus inimigos, como um meio de alcançar os seus objetivos. É no primeiro livro que é demonstrada a jornada de Paul até o seu ápice, enquanto nos livros seguintes são abordadas as consequências de seus atos, e de todos os desastres que vieram com a sua ascensão como uma figura messiânica para os Fremen.


Evidentemente, o recado de Duna ressoa até nos dias de hoje, uma vez que vemos políticos ao redor do mundo se utilizando da religião, do medo da onda de imigrantes, da insatisfação com a sociedade e de muitas outras coisas para a promoção de um populismo voltado à sua personalidade política que, em muitos casos, está envolto de uma essência messiânica da promessa de um mundo onde os "inimigos da nação e do povo" serão eliminados, e que a verdade e a justiça prevalecerão. No final das contas, assim como Duna, a realidade tem revelado que essas promessas geralmente são vazias, e que são esses indivíduos populistas, e não o povo, que acabam se beneficiando de seu sucesso político.


Dito isso, a obra, Duna, tem grande significado, e a sua leitura (e a visualização de seu longa-metragem) é fundamental para o entendimento de muitas dinâmicas de dimensão local, nacional e mundial.


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