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A importância das entidades estudantis durante a pandemia

A importância das entidades estudantis durante a pandemia
Elisa Carletto
ago. 5 - 4 min de leitura
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      Durante a pandemia de COVID-19, a educação superior não se manteve a mesma. A impossibilidade de manutenção das aulas presenciais forçou as universidades de todo o país a escolher entre duas opções: suspender as aulas ou mantê-las em formato de educação remota.

      Cada uma dessas opções, porém, acompanha problemas.

      Para os alunos de universidades privadas, muitas das quais optaram por ensino remoto, as dificuldades vão desde mensalidades que não abaixaram e desestabilização da saúde mental até falta de acesso à internet, o que impossibilita ou dificulta o acompanhamento das aulas no modelo de educação a distância.

      Já os alunos de universidades públicas, das quais a maioria suspendeu as aulas, enfrentam a falta de perspectiva de melhora e uma constante ansiedade diante à ausência de respostas por parte da faculdade sobre uma possível volta às aulas ou adoção de ensino remoto.

      À vista de um desalento, seja ele qual for, o que pode um universitário fazer para melhorar a situação própria e de seus colegas?

      Pois bem, não será um e-mail sobre as insatisfações de um aluno ou turma que mexerá com o status quo de uma universidade — pública ou privada —, tampouco um número mais expressivo de e-mails. É difícil reivindicar direitos, expressar vontades, fazer sugestões e cobrar respostas quando um aluno se vê sozinho ou apoiado apenas por uma curta rede de colegas. Por isso, a presença de entidades estudantis nas universidades tanto importa.

      De maneira organizada, estratégica, bem pensada e comumente por meio de acesso direto, Centros Acadêmicos (CAs), Diretórios Acadêmicos (DAs) e Diretórios Centrais dos Estudantes (DCEs) conseguem representar os alunos com eficácia e eficiência ao atuar em prol das suas demandas e causas cobrando respostas e atitudes de suas respectivas Universidades.

      Em uma universidade que adotou o ensino remoto, uma das citadas organizações estudantis pode representar com expressividade os alunos sem infraestrutura necessária para se adaptar à nova dinâmica - seja falta de computador, acesso à internet ou de ambiente adequado para estudo em casa - e cobrar auxílio para os que estão enfrentando problemas de saúde mental derivados do isolamento social e da mudança repentina de rotina.

      Nas universidades privadas, a entidade em questão pode reivindicar de maneira legítima e fundamentada o reajuste financeiro — visto que a mensalidade sendo paga é a de um ensino presencial, mas o serviço recebido está sendo, por ora, um ensino à distância.

      Em universidades que suspenderam as aulas, o papel de um CA/DA/DCE pode se estender ao simples sentimento de pertencimento à faculdade. Segundo Júlia Baruki, presidente do Centro Acadêmico de Economia (CAECO) da UERJ, as redes sociais foram ideais para manter contato direto com os alunos. Por meio do Instagram, houve no início da quarentena a recomendação de livros e filmes relacionados à economia, para que os alunos não caíssem no tédio. Com a extensão do isolamento social, o CAECO-UERJ passou a promover eventos online, como grupos de estudos e bate-papos abertos ao público com professores e especialistas, além de disponibilizar todos os conteúdos no YouTube.

      Por conta de tanto potencial e ação, universitários não podem deixar de acompanhar e engajar com as entidades representativas presentes em suas faculdades. Conseguir respostas e reivindicar direitos são tarefas executadas de maneira mais organizada, objetiva e ágil quando realizadas por organizações formais da Universidade.

      Siga as redes sociais do seu CA/DA/DCE, participe dos projetos, frequente reuniões, utilize dos meios oferecidos para tirar dúvidas e solucionar problemas, dê feedbacks e opiniões... Apoie sua entidade estudantil.

      Caso sua universidade não possua um Centro ou Diretório Acadêmico, ou até mesmo possua mas não te satisfaça, movimente-se. Está garantido por lei a todos os estudantes de instituições de ensino superior no Brasil o direito de se organizar formalmente em entidades representativas estudantis. Não fique parado e faça a mudança acontecer.


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