{"status":200,"response":{"result":"PUBLIC_ARTICLES_RETRIEVED","data":{"count":2,"content":[{"id":"610daaa26cb08357fd2d43f9","updated":"2021-08-12T22:43:46.291Z","created":"2021-08-06T21:33:22.191Z","statuses":{"approval_status":"approved","publish_status":"published","visibility_status":"public","has_pending_changes":false,"is_pinned":false,"is_paywall_disabled":false,"scheduled_date":null,"rejection_reason":null},"metadata":{"location":"home","location_slug":"blog","content_type":"post","publish_date":"2021-08-06T21:33:41.010Z","likes_count":5,"bookmarks_count":0,"comments_count":3,"score":"2021-08-07T04:03:41.010Z","sharing_title":"Normas ABNT: uma reflexão sobre como somos feitos para pensar dentro da caixinha.","sharing_description":null,"sharing_image":"https://5efce21e120dc77e32455754.redesign.static-01.com/f/images/2e1a4ae6cd26dd66464a9b78b322d51c8e9e6e66.png","tag_ids":["5f035afdcfe2e344d12cfaa3","5f1a318d2b397e299b74d5ed","5f8c887881b1363685a62bfa","600442539a492c18200614a6","610daaa26cb08357fd2d43f8"],"author_user_id":"61018a3ac2e54b1589362048","moderator_user_id":null,"project_id":"5efce21e120dc77e32455754","course_id":null,"course_module_id":null,"group_id":null,"version":1,"tags":[{"id":"5f035afdcfe2e344d12cfaa3","title":"universidade","slug":"universidade","project_id":"5efce21e120dc77e32455754"},{"id":"5f1a318d2b397e299b74d5ed","title":"Faculdade","slug":"faculdade","project_id":"5efce21e120dc77e32455754"},{"id":"5f8c887881b1363685a62bfa","title":"escola","slug":"escola","project_id":"5efce21e120dc77e32455754"},{"id":"600442539a492c18200614a6","title":"abnt","slug":"abnt","project_id":"5efce21e120dc77e32455754"},{"id":"610daaa26cb08357fd2d43f8","title":"regras abnt","slug":"regras-abnt","project_id":"5efce21e120dc77e32455754"}]},"content":{"title":"Normas ABNT: uma reflexão sobre como somos feitos para pensar dentro da caixinha.","slug":"normas-abnt-uma-reflexao-sobre-como-somos-feitos-para-pensar-dentro-da-caixinha","cover_image":"https://5efce21e120dc77e32455754.redesign.static-01.com/l/images/2e1a4ae6cd26dd66464a9b78b322d51c8e9e6e66.png","headline":"Essa semana, enquanto eu formatava meu TCC seguindo cada centímetro das normas ABNT, me veio à mente como somos criados para pensar dentro de uma caixinha. Você pode ter lido isso","main_content":"

Essa semana, enquanto eu formatava meu TCC seguindo cada centímetro das normas ABNT, me veio à mente como somos criados para pensar dentro de uma caixinha. 

Você pode ter lido isso e pensado: “O que essa louca de humanas quer dizer com isso?”

Calma, eu te explico minha viagem!

Desde a época da escola, me lembro como ficava simplesmente angustiada por não me adaptar a algumas matérias. Matemática, física e química: essa era a tríade que me causava pesadelos e recuperações no final do ano. 

Sempre fui uma pessoa estudiosa, mas essas matérias não rolavam comigo. Eram milhares de fichamentos que eu fazia noite e dia, horas e mais horas gravando fórmulas e, é claro, um sentimento horrível de insuficiência.

No fundo, me perguntava:

“Qual o motivo de tantas fórmulas? Qual a necessidade de gravar roboticamente tudo isso?”

Essas mesmas perguntas surgem na minha cabeça, anos depois, enquanto escrevo meu TCC.

Vai fazer uma citação com mais de 3 linhas? Coloque um recuo de 4cm da margem esquerda.

Não se esqueça! O espaçamento entre as linhas nesse caso deve ser simples.

Ah, e entre o texto e a citação você deve utilizar um espaço de 1,5cm.

Independente da qualidade do seu estudo e do quanto você se esforçou para elaborar aquelas ideias, tudo é colocado a perder caso você não siga à risca essas regras.

Isso te lembra de algo? Sim, a época da escola!

Nosso sistema educacional é construído de forma a nos moldar a ponto de cabermos em uma caixinha. Nessa caixinha, respeitamos todas as normas possíveis e dificilmente a criatividade aflora. 

E aqueles que não conseguem se adaptar? 

Para estes, resta uma sociedade que julga por não terem seguido milimetricamente todos os passos impostos.

Junto a essa reflexão, penso nas vagas de emprego que vejo diariamente. A maioria diz: “Queremos alguém que pense fora da caixinha”, “Precisamos de alguém criativo”.

Isso soa um pouco estranho, visto o processo de aprendizado que passamos desde a infância até a fase adulta.

Será que no lugar de um sistema que cria pessoas para agirem da mesma forma, não seria melhor pensar em formas de fazer com que o processo de aprendizagem seja mais prazeroso para o estudante?

E se a Física fosse ensinada na prática? E a Matemática fosse aprendida através de tarefas relacionadas ao dia a dia? E a Química, então: imagina aprender colocando a mão na massa? Será que não seria mais eficiente?

E o TCC, meus amigos: imagina se o foco estivesse no conteúdo escrito e não em caçar cada regra que, por algum descuido de formatação, você sem querer não obedeceu?

Quantas mentes sairiam da caixinha se fossemos ensinados dessa forma?

Agora eu quero saber de você: já se sentiu limitado em algum momento durante seu processo de aprendizagem?

Espero que tenham gostado dessa reflexão! Até a próxima semana.

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Calma, eu te explico minha viagem!

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“Qual o motivo de tantas fórmulas? Qual a necessidade de gravar roboticamente tudo isso?”

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Junto a essa reflexão, penso nas vagas de emprego que vejo diariamente. A maioria diz: “Queremos alguém que pense fora da caixinha”, “Precisamos de alguém criativo”.

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Será que no lugar de um sistema que cria pessoas para agirem da mesma forma, não seria melhor pensar em formas de fazer com que o processo de aprendizagem seja mais prazeroso para o estudante?

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Ah, a filosofia! Segundo Pitágoras, a filosofia é o amor pela sabedoria, que é experimentado apenas pelo ser humano consciente de sua própria ignorância.

A filosofia é o estudo de questões gerais e fundamentais sobre a existência, o conhecimento, os valores, a razão, a mente e a linguagem. Descobrir quem somos, de onde viemos e para onde vamos.

No Aprenda com Séries de hoje, vou falar sobre três filósofos citados na série Merlí, uma produção espanhola da Netflix.

Merlí é um professor daqueles que marca a vida do estudante. É odiado por muitos docentes por ter um estilo de ensinar fora dos padrões e por falar tudo o que pensa, e é exatamente por isso que é amado pelos alunos. A cada episódio, um filósofo é apresentado na sala de aula por Merlí, e todo o enredo é composto em cima do que pregava cada pensador.

A série me atraiu muito, ainda mais por ter tido muito pouco contato com a filosofia na escola. Foi pensando nisso que agora vou mostrar a vocês 3 filósofos que eu conheci assistindo Merlí:

 

Hannah Arendt

 

Hannah Arendt foi uma filósofa alemã que abordou a banalidade do mal. Ela era de origem judaica e quando Adolf Eichmann, um dos principais organizadores do Holocausto, foi julgado em Jerusalém após o fim da guerra, Hannah foi chamada para fazer a cobertura jornalística do caso, o que rendeu o livro intitulado “Eichmann em Jerusalém - Um relato sobre a banalidade do mal”.

Hannah dizia que o mal é algo banal nas sociedades que produzem pessoas que não pensam, podendo ser agravado pela revolta por determinado momento que uma nação esteja passando. A Alemanha havia perdido a 1ª Grande Guerra e a população estava passando muitas dificuldades. Essa situação fez com que um homem prometendo mudar o país, prometendo vida melhor aos cidadãos, subisse ao governo e matasse milhões de pessoas.

No dia do julgamento de Eichmann, a frase que ele repetia a todo o momento era: “Eu não sou o monstro que vocês fazem de mim.” Ele dizia que só estava obedecendo ordens. Ele usava também muitos clichês, frases feitas, mostrando que ele não tinha a capacidade de pensar sozinho. Muitos dos apoiadores do holocausto eram assim: pessoas vendidas, que não possuíam pensamento crítico, que não sabiam distinguir o certo e o errado e que aceitavam muitas coisas só porque eram a lei. Foram pessoas assim que tornaram o mal algo banal, algo corriqueiro.

Hannah concluiu que Eichmann era apenas um homem normal à época, como a maioria da população. Estava desiludido com a situação do país, e acreditou nas palavras da primeira pessoa que apareceu em sua frente prometendo mudanças. A filósofa foi muito criticada por pessoas que a interpretaram mal, dizendo que aparentemente ela estava defendendo Eichmann. Muito pelo contrário, até porque ela teve que se exilar da Alemanha por ser judia. A mensagem que ela quis passar foi que pessoas que não pensam tornam o mal algo banal, pois na cabeça delas estão apenas cumprindo leis. Porém, o ser humano sempre tem a liberdade de agir de outra forma, e é exatamente isso que diferencia pessoas dignas de pessoas sem caráter, pois você sempre terá como escolher o lado certo das coisas, basta pensar de forma crítica.

 

Albert Camus

 

Albert Camus foi um filósofo franco-argelino que tinha como pilar de sua obra o absurdo.

Dizia ele que, a partir do momento que o ser humano decide impor ao universo um sentido, a partir do momento que deseja torná-lo racional, ele percebe que tudo é um grande absurdo.

Vivemos construindo uma vida para morrermos no fim, e muitas vezes morremos antes de alcançar nossos desejos. Vamos ao trabalho e à escola todos os dias, por muitos anos, para termos um futuro melhor, porém o futuro sempre abriga o inevitável: a morte. Sendo assim, por que viver?

Quando alguém chega à essa conclusão, dizia Camus que a pessoa conheceu o absurdo, e quando se conhece o absurdo, só existem duas coisas a se fazer: suicidar-se ou reestabelecer-se. É atribuída ao filósofo a seguinte frase: “Só existe um problema filosófico realmente sério: o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à pergunta fundamental da filosofia.”

Quer dizer que ele apoiava o suicídio? Não, pelo contrário. Camus dizia que é preciso reestabelecer-se, aceitar o absurdo e fazer dele o melhor que pudermos. É preciso aceitar que nada faz sentido, aceitar a vida como ela é, buscando viver da melhor forma possível, pois do absurdo é impossível fugir.

No episódio 3 da terceira temporada, as personagens Tània Illa, Berta Prats e Ivan Blasco presenciam a caminho da escola um homem suicidar-se. É nesse mesmo dia que Merlí apresenta a eles Albert Camus, e conta sobre O Mito de Sísifo, a lenda mitológica que deu nome ao ensaio sobre o absurdo que Camus escreveu.

Sísifo foi castigado pelos deuses a rolar todos os dias pelo resto de sua vida uma pedra até o topo de uma montanha, sendo que toda vez que ele chegava lá em cima, a pedra rolava de volta e ele tinha que subir a montanha com a pedra outra vez. Pense bem, o que fazia Sísifo não fazemos nós todos os dias em nossa eterna rotina diária de ir trabalhar e estudar? É esse o conceito do absurdo de que Camus falava. E o que fazer diante disso? Bem, segundo ele, é preciso imaginar Sísifo feliz. É preciso ressignificar nossa vida e dar sentido a nossa própria pedra na montanha.

 

Guy Debord

 

Guy Debord foi um filósofo francês cuja obra mais famosa chama-se “A Sociedade do Espetáculo”. Nesse livro, ele diz que a comunicação na sociedade é feita através de “imagens”.

Como assim? Pois bem, Debord diz que as pessoas ligam muito mais pra aparência do que pra essência, então elas acabam tornando a vida delas um espetáculo, pois o ser humano tem em si uma necessidade de agir a fim de que os outros o observem. É um eterno “ei, olhe pra mim, me veja”.

Isso fica claro hoje em dia com as redes sociais, onde as pessoas podem manipular como elas querem ser vistas pelas outras, e a intenção é que sempre sejam vistas na “melhor fase”. Grava-se tudo, a todo instante, para depois serem utilizadas as “melhores cenas” nos “melhores momentos”, criando assim a melhor composição de seu próprio espetáculo pessoal no palco da vida.

Essa espetacularização da sociedade tornou normal a documentação de praticamente todos os momentos da vida, e isso pode prejudicar a privacidade das pessoas à longo prazo. No episódio 8 da primeira temporada, a personagem Mònica de Villamore acaba tendo um vídeo íntimo vazado na escola pelo ex-namorado, causando constrangimento à garota. É um exemplo de como a sociedade do espetáculo pode prejudicar os indivíduos que dela participam.

 

 

E aí, já conhecia esses filósofos? Me conta aí nos comentários 👇

Aproveita e dá uma passada na Netflix pra conhecer o Merlí, te juro que vai valer a pena!

 

Que a força da filosofia esteja com você! Um beijo da Maria <3

 

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No Aprenda com Séries de hoje, vou falar sobre três filósofos citados na série Merlí, uma produção espanhola da Netflix.

Merlí é um professor daqueles que marca a vida do estudante. É odiado por muitos docentes por ter um estilo de ensinar fora dos padrões e por falar tudo o que pensa, e é exatamente por isso que é amado pelos alunos. A cada episódio, um filósofo é apresentado na sala de aula por Merlí, e todo o enredo é composto em cima do que pregava cada pensador.

A série me atraiu muito, ainda mais por ter tido muito pouco contato com a filosofia na escola. Foi pensando nisso que agora vou mostrar a vocês 3 filósofos que eu conheci assistindo Merlí:

 

Hannah Arendt

 

Hannah Arendt foi uma filósofa alemã que abordou a banalidade do mal. Ela era de origem judaica e quando Adolf Eichmann, um dos principais organizadores do Holocausto, foi julgado em Jerusalém após o fim da guerra, Hannah foi chamada para fazer a cobertura jornalística do caso, o que rendeu o livro intitulado “Eichmann em Jerusalém - Um relato sobre a banalidade do mal”.

Hannah dizia que o mal é algo banal nas sociedades que produzem pessoas que não pensam, podendo ser agravado pela revolta por determinado momento que uma nação esteja passando. A Alemanha havia perdido a 1ª Grande Guerra e a população estava passando muitas dificuldades. Essa situação fez com que um homem prometendo mudar o país, prometendo vida melhor aos cidadãos, subisse ao governo e matasse milhões de pessoas.

No dia do julgamento de Eichmann, a frase que ele repetia a todo o momento era: “Eu não sou o monstro que vocês fazem de mim.” Ele dizia que só estava obedecendo ordens. Ele usava também muitos clichês, frases feitas, mostrando que ele não tinha a capacidade de pensar sozinho. Muitos dos apoiadores do holocausto eram assim: pessoas vendidas, que não possuíam pensamento crítico, que não sabiam distinguir o certo e o errado e que aceitavam muitas coisas só porque eram a lei. Foram pessoas assim que tornaram o mal algo banal, algo corriqueiro.

Hannah concluiu que Eichmann era apenas um homem normal à época, como a maioria da população. Estava desiludido com a situação do país, e acreditou nas palavras da primeira pessoa que apareceu em sua frente prometendo mudanças. A filósofa foi muito criticada por pessoas que a interpretaram mal, dizendo que aparentemente ela estava defendendo Eichmann. Muito pelo contrário, até porque ela teve que se exilar da Alemanha por ser judia. A mensagem que ela quis passar foi que pessoas que não pensam tornam o mal algo banal, pois na cabeça delas estão apenas cumprindo leis. Porém, o ser humano sempre tem a liberdade de agir de outra forma, e é exatamente isso que diferencia pessoas dignas de pessoas sem caráter, pois você sempre terá como escolher o lado certo das coisas, basta pensar de forma crítica.

 

Albert Camus

 

Albert Camus foi um filósofo franco-argelino que tinha como pilar de sua obra o absurdo.

Dizia ele que, a partir do momento que o ser humano decide impor ao universo um sentido, a partir do momento que deseja torná-lo racional, ele percebe que tudo é um grande absurdo.

Vivemos construindo uma vida para morrermos no fim, e muitas vezes morremos antes de alcançar nossos desejos. Vamos ao trabalho e à escola todos os dias, por muitos anos, para termos um futuro melhor, porém o futuro sempre abriga o inevitável: a morte. Sendo assim, por que viver?

Quando alguém chega à essa conclusão, dizia Camus que a pessoa conheceu o absurdo, e quando se conhece o absurdo, só existem duas coisas a se fazer: suicidar-se ou reestabelecer-se. É atribuída ao filósofo a seguinte frase: “Só existe um problema filosófico realmente sério: o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à pergunta fundamental da filosofia.”

Quer dizer que ele apoiava o suicídio? Não, pelo contrário. Camus dizia que é preciso reestabelecer-se, aceitar o absurdo e fazer dele o melhor que pudermos. É preciso aceitar que nada faz sentido, aceitar a vida como ela é, buscando viver da melhor forma possível, pois do absurdo é impossível fugir.

No episódio 3 da terceira temporada, as personagens Tània Illa, Berta Prats e Ivan Blasco presenciam a caminho da escola um homem suicidar-se. É nesse mesmo dia que Merlí apresenta a eles Albert Camus, e conta sobre O Mito de Sísifo, a lenda mitológica que deu nome ao ensaio sobre o absurdo que Camus escreveu.

Sísifo foi castigado pelos deuses a rolar todos os dias pelo resto de sua vida uma pedra até o topo de uma montanha, sendo que toda vez que ele chegava lá em cima, a pedra rolava de volta e ele tinha que subir a montanha com a pedra outra vez. Pense bem, o que fazia Sísifo não fazemos nós todos os dias em nossa eterna rotina diária de ir trabalhar e estudar? É esse o conceito do absurdo de que Camus falava. E o que fazer diante disso? Bem, segundo ele, é preciso imaginar Sísifo feliz. É preciso ressignificar nossa vida e dar sentido a nossa própria pedra na montanha.

 

Guy Debord

 

Guy Debord foi um filósofo francês cuja obra mais famosa chama-se “A Sociedade do Espetáculo”. Nesse livro, ele diz que a comunicação na sociedade é feita através de “imagens”.

Como assim? Pois bem, Debord diz que as pessoas ligam muito mais pra aparência do que pra essência, então elas acabam tornando a vida delas um espetáculo, pois o ser humano tem em si uma necessidade de agir a fim de que os outros o observem. É um eterno “ei, olhe pra mim, me veja”.

Isso fica claro hoje em dia com as redes sociais, onde as pessoas podem manipular como elas querem ser vistas pelas outras, e a intenção é que sempre sejam vistas na “melhor fase”. Grava-se tudo, a todo instante, para depois serem utilizadas as “melhores cenas” nos “melhores momentos”, criando assim a melhor composição de seu próprio espetáculo pessoal no palco da vida.

Essa espetacularização da sociedade tornou normal a documentação de praticamente todos os momentos da vida, e isso pode prejudicar a privacidade das pessoas à longo prazo. No episódio 8 da primeira temporada, a personagem Mònica de Villamore acaba tendo um vídeo íntimo vazado na escola pelo ex-namorado, causando constrangimento à garota. É um exemplo de como a sociedade do espetáculo pode prejudicar os indivíduos que dela participam.

 

 

E aí, já conhecia esses filósofos? Me conta aí nos comentários 👇

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Que a força da filosofia esteja com você! Um beijo da Maria <3

 

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